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Reserva Natural Local do Paul de Tornada inaugurou pontes em aniversário

A Reserva Natural Local do Paul de Tornada celebrou na passada sexta-feira os seus doze anos de proteção à biodiversidade e restauro ecológico, com a inauguração de duas novas pontes, que irão tornar possível o acesso a todo o trilho, e ainda com assinatura do protocolo de parceria com o aspiring Geoparque Oeste. Na ocasião esteve presente o presidente da Câmara Municipal, Tinta Ferreira, que afirmou que “na próxima década será uma questão decisiva a aquisição deste espaço, para podermos dar um salto qualitativo, que vá muito para além do que temos atualmente”.

Localizada a cinco quilómetros de Caldas da Rainha, a reserva natural é gerida pela autarquia, em colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e das organizações não-governamentais de ambiente Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) e Associação de Defesa do Paul de Tornada – PATO. Com uma área de 53 hectares, protege desde a sua criação, em 2009, inúmeras espécies, algumas delas com estatuto de proteção ao abrigo de convenções internacionais e listadas como espécies ameaçadas no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Entre elas estão a garça vermelha, a águia pesqueira e o cágado de carapaça estriada.

Além disso é um local de passagem onde aves migratórias nidificam, sendo fonte de alimentação e habitat de permanência de várias espécies de aves, mamíferos, répteis, peixes e anfíbios, muitas delas raras ou vulneráveis.

Para a presidente da Associação PATO, Ana Rita Ramos, uma das entidades gestoras que levaram à conquista da classificação de Reserva Natural Local, “foram muitos anos de trabalho para chegarmos aqui hoje, e por isso há que agora repensar o que vamos fazer daqui para a frente para dinamizar o Paul de Tornada”.

Tanto a GEOTA e a PATO, segundo a responsável, “têm trabalho de forma a ir buscar financiamento para ajudar na recuperação e manutenção da reserva, inclusive hoje vamos inaugurar duas novas pontes, que o GEOTA conseguiu financiamento e que são muito importantes para podermos percorrer a reserva, mas sem dúvida continuamos a precisar de mais ajuda”.

Já o presidente do GEOTA, João Coelho, sublinhou que a entidade tem-se “empenhado desde sempre com a PATO em promover não só melhorias como ações de educação ambiental”.

O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, recordou o processo para constituição da reserva, que desde os anos 90 começou a ser elaborada e tendo essa classificação sido conseguida a 2 julho de 2009, data essa que “estamos aqui para celebrar”.

No que diz respeito à melhoria das condições de visitação, Tinta Ferreira disse que “parece-me que na próxima década será uma questão decisiva a aquisição deste espaço”, pois “sem aquisição do mesmo dificilmente poderemos dar um salto qualitativo, que vá muito para além do que temos atualmente”. Essa questão, segundo o edil, implicará novas conversações com os proprietários do espaço e avaliar os valores atuais, sendo por isso um dos objetivos da autarquia para os próximos anos.

O edil também disse que “espera que nos próximos anos haja a capacidade financeira, a condição necessária e a vontade do proprietário para que este processo de aquisição possa ocorrer, e na sequência disso poder fazer as melhorias de maior dimensão, bem como o aproveitamento de alguns espaços para outra rentabilização e receitas para o centro educativo, e que tenhamos mais doze anos de crescimento, desenvolvimento e preservação deste ecossistema importante”.

Para além da inauguração das duas pontes, graças às quais é agora possível ter acesso a todo o trilho das visitas e que teve um custo de cerca de 30 mil euros, financiado pela candidatura ao Fundo Ambiental a qual a Câmara Municipal se associou, também foi inaugurada a exposição “Ictiofauna nativa dos rios da Região Oeste”, e divulgado um vídeo sobre peixes nativos do concelho de Caldas da Rainha, promovido pelo Projeto Peixes Nativos (Águas do Tejo Atlântico e ISPA) e financiados pelo Fundo Ambiental.

De acordo com a coordenadora do projeto, Carla Santos, “a representação desta exposição aqui no concelho das Caldas da Rainha faz sentido, uma vez que as linhas de água do rio Tornada têm interesse do ponto de vista da conservação e da biodiversidade, bem como tem uma das espécies de peixes nativos, que está espelhada nesta exposição”.

Na verdade, “aqui na reserva natural temos um peixe que só existe em Portugal, o ruivaco, e este projeto tem muito o objetivo não só científico como também divulgar este património, que é desconhecido para muitos e cuja preservação está diretamente relacionada com a reabilitação das linhas de água, de modo a evitar que estas espécies se extingam”, esclareceu a coordenadora.

A mostra, que passará por todos os municípios aderentes do projeto, poderá ir para a vila da Foz do Arelho, de modo “a estar visível a todos utilizadores da praia”.

Ainda no âmbito do projeto Peixes Nativos, os alunos da Escola Básica de Salir do Porto foram convidados a serem “biólogos por um dia” e a acompanhar ações de monitorização de populações de peixes nativos, assumindo depois a importante missão de divulgar o tema às comunidades escolar e local.

A comemoração também serviu de mote para a assinatura do protocolo de parceria com o Geoparque Oeste para que “todos juntos possamos desenvolver o plano estratégico para a candidatura a Geoparque Mundial da UNESCO”, explicou um dos responsáveis pelo Geoparque.

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