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Responsáveis da Força Aérea visitam empresa que produziu drones para a Ucrânia

Altos responsáveis da Força Aérea Portuguesa visitaram há dias as instalações de desenvolvimento da Tekever nas Caldas da Rainha, onde a empresa fez demonstrações ao vivo dos seus sistemas não tripulados de última geração, entre os quais se contam drones de reconhecimento de pequenas dimensões utilizados pela Ucrânia na guerra contra as forças militares russas, úteis para identificar potenciais alvos a serem destruídos e para detetar as movimentações a longas distâncias, possuindo uma autonomia que pode chegar às 16 horas.

Esta visita evidencia a forte colaboração entre a Tekever e a Força Aérea Portuguesa, reforçando o compromisso comum com a inovação e o avanço da tecnologia de defesa.

Estiveram presentes o general Cartaxo Alves, chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o tenente-general António Branco, comandante aéreo, o major-general João Caldas, vice-chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o major-general Luís Serôdio, chefe de gabinete do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o major-general João Nogueira, diretor de Manutenção de Sistemas de Armas, e o brigadeiro-general Pedro Santos, diretor de Engenharia e Programas.

A empresa manifestou estar agradecida “por esta oportunidade de demonstrar como os sistemas da Tekever continuam a oferecer excelência e apoiar missões críticas”.

A visita surge numa altura em que a líder europeia em Sistemas Aéreos Não Tripulados, centrados em Inteligência Artificial, recebeu uma injeção de 70 milhões de euros angariados numa ronda de financiamento liderada pela Baillie Gifford, gestora de investimentos e primeira apoiante da Airbnb, Spotify e SpaceX, e pelo Fundo de Inovação da NATO, que aplica mil milhões de euros em tecnologia profunda para promover a defesa e a segurança, e por outros investidores estratégicos, como o National Security Strategic Investment Fund, um fundo detido pelo governo do Reino Unido que apoia tecnologias avançadas relacionadas com a segurança nacional, a Crescent Cove Advisors LP, uma empresa de investimento sediada em Silicon Valley com experiência no setor da defesa, e a Iberis Semper e Cedrus Capital.

Com este investimento, a empresa anunciou que irá aprimorar e desenvolver tecnologias, expandir a produção e entrega para atender à crescente procura, e reforçar a posição como um parceiro de confiança nos mercados globais de segurança e defesa.

“Estamos entusiasmados por embarcar nesta próxima fase de crescimento com parceiros que partilham a nossa visão para alavancar o poder transformador do software, Inteligência Artificial e robótica para enfrentar os desafios de hoje e de amanhã”, manifestou Ricardo Mendes, CEO da Tekever, que em relação à colaboração com a Ucrânia se mostrou “grato por contribuir para a liberdade e defesa de um povo”.

Chris Evdaimon, diretor na Baillie Gifford, elogiou a empresa: “Fomos atraídos pela sua abordagem à construção de drones, juntamente com a experiência real que a Tekever acumulou com as operações na Ucrânia e o seu trabalho com o Ministério do Interior do Reino Unido e a Agência Europeia de Segurança Marítima”.

Patrick Schneider-Sikorsky, sócio do Fundo de Investimento da NATO, sublinhou que “as tecnologias de sistemas aéreos não tripulados são fundamentais para o avanço da defesa e da segurança”. “Estamos entusiasmados por apoiar a Tekever e esperamos colaborar com a empresa na identificação de caminhos para utilizar a sua tecnologia, a fim de apoiar mais governos”, revelou.

A Tekever tem colaborado com as forças ucranianas desde a primavera de 2022, através da disponibilização dos sistemas AR3 e AR5, constantemente atualizados em resposta à evolução das necessidades no terreno, sustentando que assumiu “a responsabilidade de apoiar a luta pela soberania de todo um povo”.

Num vídeo do Governo português, publicado no YouTube, é referido que a Tekever “faz todos os componentes mecânicos e o software”, envolvendo dia e noite os quase 350 trabalhadores na manutenção e atualização das aeronaves de apoio que fazem vigilância em tempo real.