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Salir do Porto celebra elevação a vila

Algumas dezenas de pessoas juntaram-se no passado sábado em frente à associação de Salir do Porto para celebrar a elevação da povoação à categoria de vila, aprovada no dia anterior.

Algumas dezenas de pessoas juntaram-se no passado sábado em frente à associação de Salir do Porto para celebrar a elevação da povoação à categoria de vila, aprovada no dia anterior.

Apesar do pouco tempo para a preparação da cerimónia, houve uma pequena celebração religiosa, pelo padre Samuel Pulickal, seguida dos discursos dos vários envolvidos neste processo. Houve também champanhe, bolo e um momento musical.

O presidente da União de Freguesias de Tornada e Salir do Porto, João Lourenço, acabou por ser quem fez o discurso mais curto, salientando a presença de tantos moradores da agora vila na cerimónia, marcada quase sem antecedência.

O autarca preferiu dar a palavra a outras pessoas “que são importantes para Salir do Porto”. De qualquer forma, sublinhou que esta é “uma reposição histórica, tendo em conta a importância que Salir do Porto teve e tem atualmente”.

Em tempos remotos, Salir do Porto foi uma vila sede de concelho, cujo porto marítimo era uma das principais fontes de abastecimento da região e a sua alfândega tinha uma grande importância. A elevação teve, por isso, um parecer positivo da Academia Portuguesa de História, onde é explicado que o Numeramento de 1527 refere-se a Salir do Porto como vila. Era, nessa altura, “um dinâmico porto mercantil e piscatório”.

O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, manifestou a sua satisfação por poder estar ali, com a população de Salir do Porto, a festejar a elevação a vila. O edil caldense elogiou a luta constante das gentes daquela terra para que “ela seja cada vez melhor”, mantendo sempre a sua identidade.

Segundo Vitor Marques, Salir do Porto é a freguesia “onde mais se constrói” no concelho e isso demonstra as suas qualidades.

Em relação ao futuro, o autarca referiu que a Câmara vai apoiar a associação local na reabilitação do espaço envolvente à sede, mas também a União de Freguesias em obras na escola e noutras intervenções necessárias.

O presidente da União de Freguesias tem vindo a alertar para a urgência nas obras de requalificação e ampliação da escola e jardim de infância de Salir do Porto.

Outra preocupação é a foz do rio Tornada. “O desvio do rio está a danificar a base da duna de Salir”, salientou. Segundo João Lourenço, existe muita burocracia, a qual está a atrasar a intervenção necessária para evitar a destruição da duna.

Uma vila com uma longa história

Lígia Serrão, secretária da União de Freguesias, lembrou que todo o processo teve origem numa comissão composta por “vários salirenses de nascimento e de coração, que têm estado sempre presente para lutar por Salir do Porto”.

A autarca, que é filha de um ex-presidente da Junta de Salir do Porto, António Marques Luis, referiu ainda que um dos deputados que assinou o projeto de lei, Gonçalo Lage (eleito pelo PSD no círculo eleitoral de Lisboa), é “também um filho da terra”.

O anterior presidente da União de Freguesias, Arnaldo Custódio, contou com todo este processo teve início “quando tomámos conhecimento de que tinha saído uma nova lei para repor a elevação de vilas e cidades”.

A nova lei permitiu que, para além dos critérios habituais exigidos, pudessem ser elevadas a vila as localidades que já o tinham sido anteriormente, como aconteceu com Salir do Porto, até ao final do século XIX.

Arnaldo Custódio salientou o “papel fundamental” do deputado Hugo Oliveira, que foi o primeiro subscritor da proposta aprovada na Assembleia da República. “Vale a pena fazer política quando, numa tarde como a de hoje, vejo o sorriso nos lábios de todos vós”, disse ainda.

Segundo Hugo Oliveira, esta elevação também só foi possível “pelo estatuto especial que Salir do Porto foi ganhando ao longo dos anos, pelos seus serviços e qualidade de vida”.

O deputado manifestou a sua satisfação por poder fazer parte deste processo, numa questão em que as pessoas estiveram sempre acima dos partidos para concretizar um desejo antigo.

O deputado municipal Jaime Neto (PS) também deu os parabéns à nova vila e lembrou a sua longa história. “Neste momento estão a ser reabilitadas pegadas de dinossauro, ali nesta encosta”, referiu.

Para Jaime Neto, é importante avançar com a reabilitação do rio Tornada, mas também da duna (a maior de Portugal) e a pocinha (nascente de água termal no meio das rochas).

“Salir do Porto tem crescido muito do ponto de vista urbanístico, mas nem sempre da melhor maneira, e é necessário um maior trabalho da Câmara para criar um espaço púbico com mais qualidade”, comentou.

O ex-presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, também interveio e conseguiu empolgar de tal forma a assistência que foi interrompido várias vezes por aplausos.

Embora fosse presidente da Câmara em 2013, quando deixou de existir a Junta de Freguesia de Salir do Porto (que, por proposta do PSD das Caldas, se juntou a Tornada para formar uma União de Freguesias), Fernando Costa aproveitou a ocasião para dizer que havia condições para que Salir do Porto voltasse “a ter a sua autonomia”.

O ex-autarca assinalou ainda os vários equipamentos disponíveis naquela localidade “que lhe dão um estatuto acima das povoações em geral”.

Também o último presidente da Junta de Freguesia de Salir do Porto, Abílio Luís, usou da palavra para recordar as pessoas com quem trabalhou naquela autarquia. “Se não fossem criadas as infraestruturas, talvez hoje não fossemos vila”, comentou, sublinhando também as riquezas naturais “desta terra maravilhosa”.

A tarde de celebração continuou com um concerto de Melanie Russo e os Acordes no Páteo.

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