Um brasileiro de 37 anos, procurado pela Interpol (polícia internacional) desde agosto de 2022 para cumprimento de uma pena de sete anos de prisão, pela prática do crime de tráfico de estupefacientes no Brasil, vai ficar em prisão preventiva depois de ter sido detido, em Peniche, por uma equipa conjunta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e da Polícia Judiciária (PJ).
A detenção verificou-se no passado dia 1, na via pública, junto à marina de Peniche, após diversas diligências investigatórias tendentes à sua localização.
Presente, no dia 3, ao Tribunal da Relação de Coimbra, ficou em prisão preventiva a aguardar a extradição, solicitada pelas autoridades brasileiras.
A PJ refere em comunicado que os factos que levaram à condenação do arguido remontam a 2014, altura em que foi “encontrado na posse de uma quantidade considerável de produto estupefaciente”.
Segundo a Judiciária, em 2018 o detido viajou do Brasil para o Dubai e dali para Portugal.
Está a ser investigada a existência, na zona de Peniche, de uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma rede criminosa internacional ligada ao tráfico de droga e que tem sede no estado brasileiro de São Paulo. Em apenas um mês, foram detetados e presos dois homens com mandados de captura internacional que se refugiaram em Peniche.
A 4 de janeiro, foi detido na região de Lisboa um brasileiro de 28 anos que residia em Peniche desde 2018 para fugir à Interpol. De acordo com a Polícia Federal em Pernambuco, estava na lista dos criminosos mais procurados do mundo. Era procurado para cumprimento de uma pena de 20 anos de prisão pela prática do crime de homicídio agravado, em Recife, no Brasil.
O indivíduo foi condenado por ter atingido a tiro outro homem, que acabou por não resistir aos ferimentos. Fugiu depois para Portugal e no Brasil foi julgado à revelia, tendo só este ano sido apanhado.
A criação de equipas mistas de inspetores do SEF e da PJ faz parte do protocolo celebrado entre as duas instituições, que estabelece o modelo de cooperação no âmbito da reestruturação em curso do sistema português de controlo de fronteiras. O protocolo articula formas concretas de cooperação nos domínios operacional (no desenvolvimento de ações de prevenção, deteção e investigação criminal), coordenação da atividade operacional, direito de acesso à informação, troca de informações e formação.