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Três gerações na história da Ourivesaria Carvalho

A Ourivesaria Carvalho, na Rua Henrique Sales, nas Caldas da Rainha, vai já na terceira geração.

A Ourivesaria Carvalho, na Rua Henrique Sales, nas Caldas da Rainha, vai já na terceira geração.

Em 1920, Carlos Braz de Carvalho Júnior, da Amoreira, Óbidos, tinha quinze anos e estava a trabalhar no campo, quando um tio, ourives ambulante, deu-lhe a possibilidade de também passar a vender peças de ouro pelas localidades da região.

De mala às costas percorreu aldeias a pé e com o fruto do trabalho comprou uma bicicleta e mais tarde uma mota, para prosseguir as vendas. Em dias de festa montava uma barraca onde expunha as peças.

O serviço militar interrompeu-lhe a atividade, mas acabou por retomá-la nas Caldas da Rainha, para onde se mudou.

Em meados da década de 50 do século passado, com Agostinho Bica, formou a sociedade Carlos e Agostinho, Lda, que durou alguns anos até cada um abrir o seu próprio negócio.

Álvaro, um dos filhos de Carlos Carvalho, lembra-se de aos nove anos observar o trabalho dos relojoeiros e a venda de ouro na loja. “Faziam reparação dos relógios de pulso e de sala”, recorda.

A ourivesaria foi evoluindo, tendo mais clientela e havendo mais stock. Álvaro passou a ser empregado do pai, casou em 1971 e foi à tropa. A esposa, Helena Carvalho, foi trabalhar para a loja e assim a segunda geração começou a tratar do negócio, pois Álvaro regressou à ourivesaria.

O prédio seria demolido, ficando a ourivesaria temporariamente noutro local, nas imediações. Em 1985 ficou terminada a construção da atual loja, cujas instalações foram ampliadas. “Na ocasião havia meia dúzia de ourivesarias na cidade [hoje há dezena e meia]”, lembra Álvaro.

Em 1989, foi alvo de um assalto à mão armada. Um trio fez-lhe uma emboscada quando saía da loja. Houve troca de tiros entre os assaltantes e a polícia, e Álvaro, feito refém, foi atingido com um tiro. Os indivíduos acabaram por ser detidos no Bairro Azul.

A sociedade foi repartida com Carlos José, seu irmão, e há cerca de oito anos, entrou na administração o filho de Álvaro, Pedro, terceira geração.

Atualmente, a loja continua a afirmar-se pelo “atendimento mais pessoal e pelo serviço que é prestado ao cliente”, relata Pedro. “Ajudamos a fazer uma opção e essa é a diferenciação”, revela o pai, indicando que “hoje em dia saem mais peças em prata do que em ouro, e relógios”.

“Sendo produtos de luxo, acentua-se mais a crise nesta área e as pessoas quando têm de fazer cortes no orçamento dispensam as coisas mais supérfluas e sentimos de alguma forma esta situação. Estivemos fechados vários meses devido à imposição do Estado, com a pandemia. De qualquer forma, há sempre épocas mais fortes”, faz notar Pedro, que conta haver “um leque muito grande de clientes estrangeiros que residem na região”.

Por outro lado, “temos clientes que se lembram do meu avô, por serem clientes dele ou por terem familiares que eram”, adianta.

Helena Carvalho sublinha que “uma pessoa entra como cliente e sai como amigo”.

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