emissão em direto

Várias demissões da Fundação Mário Botas geram preocupação

O processo de abertura do Museu Mário Botas, em homenagem ao pintor nazareno, continua incerto. A última data anunciada para a inauguração, prevista para 23 de dezembro de 2024, foi mais uma vez adiada, somando-se a uma série de promessas não cumpridas. A situação foi alvo de críticas por parte da oposição durante a mais […]

O processo de abertura do Museu Mário Botas, em homenagem ao pintor nazareno, continua incerto. A última data anunciada para a inauguração, prevista para 23 de dezembro de 2024, foi mais uma vez adiada, somando-se a uma série de promessas não cumpridas. A situação foi alvo de críticas por parte da oposição durante a mais recente reunião de câmara, onde foram discutidas as dificuldades enfrentadas pela Fundação Mário Botas, responsável pela gestão do museu.

A Fundação tem enfrentado também uma série de demissões no seu conselho de administração. Pedro Penteado, um dos vogais da Fundação, foi o último a renunciar ao cargo, saída confirmada pelo presidente da autarquia nazarena, Manuel Sequeira, que avançou a informação durante a reunião do executivo. Em declarações ao Jornal da Nazaré sobre esta matéria, António Fialho, também vogal, explicou que a decisão de Penteado foi motivada por razões pessoais e profissionais.

“O doutor Pedro Penteado renunciou ao cargo para que tenha sido escolhido novamente pelo Conselho da Administração e invocou razões da ordem profissional. Ele neste momento, com as alterações a nível governamental, tem um acréscimo de trabalho muito grande na direção onde trabalha, porque é responsável. E está em Lisboa. Se estivesse aqui perto da Nazaré, era mais fácil continuar a garantir a prestação ao Conselho da Administração”, justificou António Fialho.

Questionado sobre os motivos deste impasse, garantiu que, apesar de estarem reunidas quase todas as condições para a abertura do museu, faltam recursos humanos e financeiros para assegurar o seu funcionamento.

“O Museu Mário Botas poderia abrir imediatamente, só que não tem condições de funcionamento. Porque não tem pessoal habilitado, por outro lado, não tem disponibilidade financeira para contratar pessoal”, explicou. Acrescentou ainda que está prevista uma reunião com a Câmara Municipal da Nazaré para discutir possíveis soluções. “A Câmara Municipal já nos ajudou bastante ao colocar duas pessoas a trabalhar na Fundação. Só que não é suficiente, porque se nós queremos manter o museu aberto ao público, duas pessoas não chegam”, sublinhou.

Só que, além de Penteado, a Fundação Mário Botas já perdeu outros dois membros do conselho, o que intensificou as preocupações da oposição. O vereador João Paulo Delgado questionou o executivo municipal sobre o investimento público feito na Fundação e no museu, dado que a estrutura ainda não foi inaugurada e não há informações claras sobre o trabalho realizado até o momento.

Em resposta, o presidente Manuel Sequeira admitiu que há um “mau estar” dentro da Fundação, o que tem levado a várias demissões. Sequeira revelou que a câmara já solicitou uma reunião com a direção da Fundação para tentar entender melhor o que está a ocorrer e resolver a situação, mas ainda aguarda uma resposta formal.

Enquanto isso, o Museu Mário Botas, que tem gerado expectativas entre a população, permanece sem data definida para a sua abertura. Ainda de acordo com António Fialho, atualmente estão reunidas as condições necessárias para a inauguração, exceto pela falta de pessoal qualificado e pela limitação financeira que impede a contratação de novos colaboradores.