A inauguração, que decorreu no dia 4 de abril, celebrou este renascimento com boa música e energia. Um DJ marcou o ritmo da noite, animando autarcas, amigos e curiosos que quiseram conhecer este espaço renovado, pensado para acolher conversas e momentos especiais.
À frente do “Palco” estão Ricardo Lopes e Matilde Araújo, o casal também responsável pelo café Local, no Largo Dr. José Barbosa.
Ricardo Lopes e Matilde Araújo abraçam este novo projeto no CCC, trazendo uma visão que combina gastronomia, vinhos e cocktails, sempre com um forte compromisso cultural.
O “Palco” aposta numa ementa diversificada, onde se destacam as massas frescas feitas de raiz. “Temos neste momento uma ementa de soft-opening, mas entre uma lasanha caseira, um gnocchi e um parpardelle, vamos pegar em alguns icónicos do Local”, explicou Ricardo Lopes. “A piadina, o smash burger e o vegan burger também estão no menu, além de opções para pequeno-almoço e lanche”, adiantou.
A oferta de vinhos mantém a filosofia do Local, privilegiando “vinhos orgânicos”, mas com uma seleção mais reduzida para dar espaço aos cocktails. “O cocktail faz sentido, por isso é que sexta e sábado vamos encerrar às duas da manhã”, sublinhou o responsável.
A distribuição do espaço foi cuidadosamente planeada para criar diferentes zonas dentro do “Palco”. “Dividimos um bocadinho: temos três mesas grandes convidativas para nómadas digitais, uma zona mais de refeição e uma área de cabaré, ideal para quem quer apenas tomar um copo, bem em frente ao palco”, indicou Ricardo Lopes.
O horário de funcionamento também reflete a visão do projeto. “Abrimos às dez da manhã e fechamos às dez da noite, exceto sexta e sábado, quando encerramos às duas da manhã. Nestes dias a cozinha está aberta até à meia-noite e estamos abertos ao domingo. Numa primeira fase, fechamos às segundas e terças para manter o equilíbrio da equipa, mas queremos abrir às terças porque há uma necessidade por parte da equipa do CCC, que são cerca de 20 pessoas, artistas e público dos congressos”, explicou.
Enriquecer a oferta cultural
O nome “Palco” não é por acaso. A ideia é integrar-se na agenda cultural do CCC e enriquecer a oferta já existente. “Queremos fazer uma agenda própria, que seja mais um contributo para o excelente trabalho do Mário Branquinho, diretor do CCC e da sua equipa”, afirmou Ricardo Lopes. “Numa primeira fase, estou a apresentar a minha visão cultural para o Palco, sempre sujeita a aprovação, que, até agora, tem sido extremamente bem recebida. O objetivo é realizar duas a três intervenções por semana, que poderão incluir DJ sets, concertos acústicos e, eventualmente, uma sessão de stand-up comedy a cada seis meses”, descreveu.
A gestão do café do CCC tem um histórico de mudanças de gerência e encerramentos, o que tornou a decisão de assumir este desafio um processo refletido. “O nosso primeiro impulso ao desafio foi dizer não”, admitiu Ricardo Lopes, acrescentando: “Com o tempo, percebemos a qualidade da agenda cultural do CCC e da sua equipa. Além disso, havia uma oportunidade porque quando o Local fecha às dez, para onde mandamos os nossos clientes? Agora temos uma resposta”.
As obras de requalificação realizadas focaram-se na criação de uma nova divisão do espaço com alguma vegetação, na renovação do bar e na melhoria do palco. “Foi uma parceria com o CCC e agradecemos esse contributo”, afirmou o empresário. “Agora, é trabalhar para mudar a reputação do espaço e acreditamos que refeições e petisco de qualidade, vinho, cocktails, eventos e uma boa programação cultural são a chave para isso”, referiu
O casal mudou-se de Lisboa para as Caldas da Rainha há cerca de seis anos. “Quando abrimos o Local, não conhecíamos ninguém na cidade. Hoje, o nosso network é bastante diferente, resultado do trabalho que temos desenvolvido ao longo dos anos. Agora, esperamos continuar a crescer e a trabalhar de uma forma talvez mais abrangente, pois o público tornou-se mais heterogéneo”, apontou.
Segundo o responsável, no CCC “não podemos ser tão alternativos. Temos de ser um pouco mais consensuais, sem nunca perder a nossa essência, porque senão tornamo-nos apenas mais um”.
“Os estrangeiros representam uma parte significativa da clientela do Local e, naturalmente, integram também o nosso network”, apontou.
O Palco contratou sete novos elementos para trabalhar no café do CCC e a ideia é integrar as equipas do Local e do Palco de forma a criar um ambiente dinâmico e coeso. “Queremos dar às pessoas um bom ambiente de trabalho. Respeitamos folgas seguidas e até temos colaborações com três dias de descanso”, explicou Ricardo Lopes.
Quanto aos preços, a ementa posiciona-se de forma acessível: “Os pratos de massa rondam os 13-14 euros, a piadina está a 9 euros e os burgers a 12. Apesar da matéria-prima estar cara, queremos manter um lado democrático e ser criativos financeiramente”