O evento contou com a presença dos encarregados de educação, que puderam ver de perto o trabalho cultural desenvolvido pelos alunos. Foram eles os protagonistas da sessão, proporcionando um verdadeiro espetáculo e demonstrando a importância da arte na aprendizagem e na construção da identidade escolar.
De acordo com Ana Baptista, coordenadora do PNA na escola, a integração representa um passo significativo. “Os projetos já existiam, mas agora fazem parte de uma estratégia mais abrangente, reforçando o nosso compromisso com a afirmação da cultura”, vincou.
A implementação conta com o acompanhamento de Elisabete Silva, coordenadora intermunicipal do PNA, que tem apoiado o desenvolvimento de iniciativas culturais.
O objetivo é dar maior visibilidade ao trabalho dos alunos e possibilitar a participação da escola no concurso nacional do PNA, que distingue instituições comprometidas com a democracia cultural no meio escolar e comunitário.
No início da tertúlia, Ana Baptista destacou que o PNA surge como uma articulação entre educação, artes e cultura, com o propósito de valorizar os projetos existentes na escola e potenciar novas iniciativas.
A coordenadora explicou que esta abordagem permite desconstruir barreiras para criar comunidades de aprendizagem, onde se pode “indisciplinar para disciplinar, desequilibrar para reequilibrar e assim deixar uma pegada cultural”.
Com base nesta filosofia, o Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos estruturou o seu Plano Cultural de Escola (PCE), que se apoia no princípio da democracia cultural, previsto na Constituição. “O nosso PCE agrega uma diversidade de projetos através de diferentes linguagens artísticas, sempre com propósitos pedagógicos e de inclusão”, sublinhou.
Alunos apresentaram projetos culturais
No auditório da escola os alunos e professores apresentaram dez projetos desenvolvidos ao longo do ano letivo no âmbito do PCE. O evento destacou a diversidade de iniciativas que promovem a cultura, o património e a sustentabilidade.
A tertúlia arrancou com uma viagem literária através do projeto “Óbidos em Viagem a Portugal”, inspirado na obra de José Saramago. Uma aluna leu um excerto do livro Viagem a Portugal, evocando o olhar do escritor sobre a vila de Óbidos.
Seguiu-se a apresentação do projeto “A biodiversidade da Lagoa de Óbidos”, que procura sensibilizar para a preservação do património natural da região. A sustentabilidade ambiental também esteve em destaque com os projetos Eco-Escolas e Escola Azul, que englobam iniciativas como projeto “Dá-lhe Gás” – produção de biometano a partir de resíduos orgânicos locais e estudo do perfil dunar e identificação da vegetação da Praia D’El Rey. Houve uma análise à qualidade da água e de invertebrados no solo da albufeira do Arnóia, para avaliação da qualidade dos ecossistemas dulçaquícolas.
A literatura e a oralidade foram representadas pelo “Clube de Contadores de Histórias”, que apresentou “O Geco que Descobriu o Eco”. Os alunos criam cenários e levam histórias aos jardins de infância e centros de dia.
A Academia de História destacou a importância do estudo da história local, nomeadamente através de exposições e recriações em 3D.
Paralelamente, o projeto “Aprender dentro da Nossa Vila” incentiva os alunos a explorarem o património de Óbidos, com especial enfoque nos edifícios de estilo barroco.
A arquitetura foi o tema central de “Um Olhar pela Arquitetura de Óbidos”, enquanto o projeto “Redescobrir Óbidos”, iniciado em 1998, continua a ser uma das atividades de maior impacto, envolvendo todos os grupos disciplinares na dinamização de jogos tradicionais e outras atividades. “É um dos momentos mais marcantes para os alunos, pois mobiliza diversas disciplinas e promove o espírito de comunidade”, sublinharam os responsáveis pelo projeto.
O evento culminou com o projeto “Canções – Muralha de Memórias para o Futuro”, onde os alunos recriaram letras de músicas conhecidas, abordando vários temas.
A tertúlia evidenciou a transversalidade do PCE, promovendo o envolvimento dos alunos e da comunidade na valorização da cultura e do conhecimento.
