Ambulâncias e macas retidas por dificuldades no atendimento nas urgências

Várias corporações de bombeiros queixaram-se na passada segunda-feira de terem ficado diversas horas com ambulâncias e macas retidas na unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), por falta de capacidade de resposta dos serviços de saúde devido à grande afluência às urgências, que tem aumentado os tempos de espera para os doentes serem atendidos, uma situação agravada por constrangimentos na Área Dedicada para Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência (ADR-SU) da unidade de Torres Vedras, que está encerrada desde quinta-feira e que encaminhou doentes para a cidade termal.

Várias corporações de bombeiros queixaram-se na passada segunda-feira de terem ficado diversas horas com ambulâncias e macas retidas na unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), por falta de capacidade de resposta dos serviços de saúde devido à grande afluência às urgências, que tem aumentado os tempos de espera para os doentes serem atendidos, uma situação agravada por constrangimentos na Área Dedicada para Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência (ADR-SU) da unidade de Torres Vedras, que está encerrada desde quinta-feira e que encaminhou doentes para a cidade termal.

Os doentes aguardavam dentro dos veículos à espera de serem atendidos, depois de terem efetuado triagem, apurou a agência Lusa, segundo a qual chegaram a estar retidas 16 macas de várias corporações de bombeiros da região, indicando que estavam pelas 23h00 de segunda-feira à porta da urgência Covid-19 das Caldas da Rainha duas ambulâncias dos bombeiros de Torres Vedras, desde as 12h30 e 14h00, duas da Benedita, desde as 18h00 e as 21h00, e uma de São Martinho do Porto, desde as 17h00.

Já na urgência geral de Caldas da Rainha encontravam-se em espera duas ambulâncias de Caldas da Rainha, mas, de acordo com o comandante dos bombeiros, Nelson Cruz, contactado pelo JORNAL DAS CALDAS, durante a tarde estiveram retidas cinco ambulâncias.

O comandante comentou que este cenário tem-se verificado “quase todos os dias”. Mesmo que as ambulâncias regressassem ao quartel não podiam sair por não terem maca, o que “coloca o socorro em causa”.

O comandante dos bombeiros de Torres Vedras, Hugo Jorge, confirmou à Lusa que uma das duas ambulâncias que estavam na urgência Covid desde as 12h00 tinha o respetivo doente na ambulância porque “ainda não tinha sido atendido, por falta de macas e por dificuldades de atendimento” na urgência.

“Tivemos de trocar de guarnições”, acrescentou, relatando que “uma senhora teve de ser higienizada duas vezes dentro da ambulância por profissionais do hospital, devido aos tempos de espera”.

“Esta situação é o prato do dia”, disse o comandante dos Bombeiros de S. Martinho do Porto, João Bonifácio, que, às 23h00, tinha ainda no local uma ambulância e “outra regressou ao quartel, mas sem maca”.

João Bonifácio afirmou já ter questionado o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) de Coimbra, que “disse não ter conhecimento da situação”, e alertou para “o cansaço dos voluntários que já começam a recusar fazer estes serviços porque sabem que vão ficar retidos horas, muitas vezes para além do seu horário, o que está a criar situações de revolta”.

O comandante dos bombeiros do Cadaval, David Santos, afirmou à Lusa que, durante segunda-feira, a corporação teve uma ambulância retida na urgência geral das Caldas da Rainha entre as 08h30 e as 18h30 e teve outra transferida para a urgência Covid do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

“Os poucos meios que temos ficam retidos nas unidades hospitalares e podemos ter situações de socorro e não ter meios nem dentro, nem de fora do concelho”, alertou.

O adjunto do comando dos bombeiros do Bombarral, João Paulo Baptista, indicou que, na segunda-feira, a corporação teve duas ambulâncias retidas na urgência Covid de Caldas da Rainha “desde antes da hora de almoço até às 20h00”.

“Deixámos lá a maca e a ambulância regressou com a guarnição, para os nossos homens ficarem disponíveis para outras ocorrências”, acrescentou.

Administração hospitalar responsabiliza “grande afluência de doentes”

O conselho de administração do CHO reconheceu que “tem havido uma grande afluência de doentes” aos Serviços de Urgência e às ADR-SU, o que ”tem provocado alguns constrangimentos no atendimento dos doentes que acorrem a estes serviços”.

“No dia 3 de janeiro estiveram retidas algumas macas das corporações de bombeiros, por motivos de sobrelotação dos espaços e impossibilidade de admissão de novos doentes em condições de segurança, no interior do Serviço de Urgência da Unidade de Caldas da Rainha. Atualmente a situação já foi ultrapassada, não existindo macas retidas”, transmitiu na passada terça-feira a administração do CHO.

De acordo com os dados comunicados pela administração, no dia 3 “foram atendidos na Urgência Geral da Unidade de Caldas da Rainha 155 doentes, quando no mesmo dia de 2021 o número de atendimentos restringiu-se aos 87”. No que respeita ao ADR-SU de Caldas da Rainha, “foram atendidos 58 doentes, contra os 14 admitidos no mesmo dia do ano, em 2021”.

Já na Unidade de Torres Vedras, a situação de “elevada procura” é idêntica. Foram admitidos na terça-feira “149 doentes na Urgência Geral (no mesmo dia de 2021 foram 109) e 49 no ADR-SU (no mesmo dia de 2021 foram 23)”.

Segundo a administração, “uma parte dos doentes (35% na Urgência Geral e mais de 50% nos ADR-SU) que têm acorrido a estes serviços, são doentes com prioridade clínica verde (pouco urgente) do Protocolo de Triagem de Manchester, que poderiam ter resposta noutros locais”. “Verifica-se ainda uma procura dos Serviços de Urgência apenas para a realização de testes Covid, que em nada beneficia a capacidade de resposta para os doentes efetivamente urgentes”, vincou.

Tendo em conta a elevada afluência aos Serviços de Urgência, a administração “apela aos utentes que utilizem as urgências hospitalares apenas em situações realmente urgentes”.

Apela ainda ”à responsabilidade individual e coletiva da população no cumprimento das medidas de proteção contra a Covid-19, como o uso de máscara, o distanciamento físico, a ventilação dos espaços, a lavagem das mãos, a testagem e a vacinação”.

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