Este ano, as comemorações do Feriado Municipal das Caldas da Rainha foram celebradas de forma diferente, com uma recriação histórica no Largo Termal, em que esteve presente a Rainha D. Leonor, que assim foi homenageada de forma simbólica, no dia 15 de maio.
O Dia da Cidade, data em que tradicionalmente o Hospital Termal abria portas para os tratamentos, foi celebrado no “melhor lugar para comemorar o dia mais importante da nossa cidade, no largo Rainha D. Leonor”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, após a recriação histórica sobre “as origens mais primordiais da cidade”. Essa encenação, que foi promovida pelos membros da Associação Cultural Terras de ViriArte, recordou que foi a partir do Hospital Termal fundado por D. Leonor, em 1485, que “a cidade se constituiu, mantendo a sua identidade termal até aos nossos dias”.
No discurso, o autarca fez questão de salientar que “o património herdado, que integra o complexo termal, a Mata Rainha D. Leonor, o Parque D. Carlos I e o edificado histórico, é a base sobre a qual deveremos alicerçar o projeto para o relançamento das termas, estando ainda cientes da responsabilidade que a Concessão Hidromineral HM 14 – Termas das Caldas da Rainha representa para o município”.
Face a isso a autarquia encontra-se a desenvolver um plano estratégico municipal para o Hospital Termal, que incluirá o edificado, a zona histórica e a envolvente de espaços verdes, nomeadamente o Parque e a Mata, e “no qual se definirá o modelo de gestão”, acreditando que “só desta forma podemos desenvolver um termalismo assente nas necessidades da população, nomeadamente ao nível de tratamentos curativos e bem-estar, mas com uma visão muito mais integrada, onde a intervenção será alargada a todo o espaço envolvente”.
No que diz respeito à concessão termal, Vitor Marques sublinhou que “em março deste ano reabrimos os serviços com os tratamentos das vias respiratórias, e no Hospital Termal continuámos a obra na ala sul, que se encontra em fase de conclusão”. Também referiu que “brevemente” serão disponibilizados os serviços na área da musco-esquelética, de forma a “promover a melhoria da qualidade de vida e bem-estar da população caldense, bem como desenvolver um turismo local assente no termalismo”.
O autarca manifestou que “Caldas da Rainha mantém efetivamente uma estreita ligação com as águas, através de todos os fontanários e chafarizes da cidade”, recordando as requalificações realizadas recentemente nestas estruturas, que permitem que “de novo fosse possível ver brotar as águas”.
“O desiderato do município é dar sentido à expressão que a água é fonte de vida e trazê-la de novo à cidade”, frisou o presidente da Câmara Municipal, destacando que “a ligação da cidade à água deve-se também especialmente às nossas águas termais”, que “têm contribuído para a melhoria ao nível de várias problemáticas da saúde, da população e de todos aqueles de diversos pontos do país nos procuram, por saberem o quanto estas águas termais são benéficas”. Contudo, e para preservação dos furos onde é feita a extração de águas termais, o município está neste momento desenvolver placas de sensibilização e informação sobre os mesmos.
Atualmente, a autarquia encontra-se a projetar “um novo conceito de termalismo para Caldas da Rainha”, que não incide apenas na vertente curativa, mas “indo muito mais além, num plano transversal onde aliamos o termalismo à cultura, ao bem-estar, ao turismo e à identidade municipal”. Para isso, o município tem como “objetivo primordial valorizar as diversas vertentes, que constituem a identidade da cidade e potenciar uma especial interligação entre todas. E nosso termalismo faz efetivamente parte da identidade caldense, merecendo por isso que saibamos sempre respeitar e preservar o edificado, mas acima de tudo que possamos dignificá-lo”.
Nesse sentido, “queremos que o património caldense possa continuar a ser uma referência, e o termalismo é sem dúvida uma vertente em que estamos e iremos investir mais”, pois pretende-se “edificar um termalismo com maior proximidade à população e que seja atrativo para todos os que visitem a nossa cidade”.
Após a recriação histórica, as portas do Balneário Novo e Hospital Termal foram abertas à população, para que todos pudessem visitar estes espaços, e “que num futuro próximo venham usufruir das nossas Termas de excelência”, concluiu o autarca.