A linha ferroviária do Oeste vai fechar a 9 de abril para obras durante quatro meses, entre Sintra e Torres Vedras, revelou Infraestruturas de Portugal (IP).
“Por forma a garantir as melhores condições de execução da obra, mitigando os riscos para a segurança dos trabalhadores e da circulação, torna-se imprescindível proceder ao corte integral da circulação”, explicou a empresa à agência Lusa.
Em causa estão as obras de rebaixamento da via para a eletrificação dos 328 metros da secção de linha que contém o túnel da Sapataria, no concelho de Sobral de Monte Agraço, as quais se “revestem de elevada complexidade”.
Durante os quatro meses de interrupção da circulação, a CP assegurará o transbordo de passageiros no troço com recurso a autocarros e manterá a oferta de comboios.
A IP apontou o segundo semestre deste ano como o novo prazo para a conclusão das duas empreitadas em curso, Meleças (Sintra)/Torres Vedras e Torres Vedras/Caldas da Rainha, depois dos atrasos verificados.
Em comunicado, a Direção da Organização Regional de Leiria do Partido Comunista Português, afirma que “estamos em março e as obras dificilmente estarão concluídas na Linha do Oeste antes do fim do ano, se, entretanto, não existir nova derrapagem dos prazos, cerca de quatro anos e meio de atraso face ao previsto no documento de planeamento de 2016”.
As obras estão a decorrer com a duplicação de parte da via férrea e aumento da velocidade máxima de circulação, até 140 quilómetros/hora, o que irá permitir uma redução nos tempos de trajeto. Está prevista a construção e remodelação de várias estações ferroviárias e de passagens desniveladas, assim como a supressão de passagens de nível.
A empreitada decorre ainda com a instalação do sistema de instalações fixas de tração eléctrica para a eletrificação da linha, a instalação de torres para o sistema de comunicações móveis e do sistema de informação aos passageiros.
O projeto de modernização da Linha do Oeste (Sintra/Figueira da Foz) está dividido em duas empreitadas, sendo a primeira a de eletrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, num investimento de 61,7 milhões de euros. A segunda consiste na modernização e eletrificação do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, orçada em 40 milhões de euros. Contudo, o investimento global é de 160 milhões de euros, incluindo expropriações, de acordo com a empresa.
Em fevereiro, a IP lançou um concurso de 7,5 milhões de euros para o estudo prévio e projeto do prolongamento das obras entre as estações das Caldas da Rainha e do Louriçal (Pombal).
As principais intervenções desta terceira empreitada consistem na modernização e eletrificação da via atual, instalação da sinalização eletrónica, supressão das passagens de nível existentes, assim como aumento do comprimento útil das linhas das estações e melhoria das instalações para o serviço de passageiros e respetivos acessos em estações e apeadeiros.
Alerta para ruídos e poeiras nas Caldas
Entretanto, a IP emitiu um aviso em que dá conta que até 30 de junho, entre as 08h00 e as 21h00, de segunda a sexta-feira, irão decorrer trabalhos no âmbito do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha que “poderão provocar algum incómodo aos residentes” na área envolvente à estação das Caldas da Rainha (Rua da Alegria, Rua da Estação, Avenida Primeiro de Maio e Rua 15 de Agosto.
“Foram feitos todos os esforços para minimizar estes incómodos, contudo, dada a natureza dos trabalhos, é inevitável a ocorrência de ruído. Os trabalhadores receberam formação e foram sensibilizados para reduzirem ao mínimo indispensável o ruído provocado. Agradecemos à comunidade residente a paciência e compreensão”, manifestou a IP.
Os trabalhos incluem demolições, construção de cais, execução de caminho de cabos ao longo da linha, montagem e selagem de postes em betão.
Para além do ruído, outros incómodos serão o levantamento de poeiras e o arrastamento de terras para vias públicas.
Eventuais reclamações podem ser feitas através do e-mail atendimento_TVCaldas@rrc.pt.