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Alexandre Neto destaca o papel da luz na valorização do património

A iluminação tem um papel fundamental na valorização do património histórico e arquitetónico, sendo um elemento essencial para realçar a beleza dos monumentos e criar atmosferas envolventes. Esta foi a principal mensagem transmitida pelo designer de Iluminação Alexandre Neto durante a conferência “Nós sob a Luz e Sombra”, que decorreu no dia 21 de março, na Galeria de Exposições do Espaço Turismo, nas Caldas da Rainha.

No final da conferência, Alexandre Neto partilhou com os jornalistas a sua visão sobre a iluminação de monumentos, destacando que “a luz é vida e melhora o edificado”. Para o especialista, a iluminação deve ser cuidadosamente planeada para respeitar a arquitetura e a identidade dos espaços, evitando iluminar sem critério. “A luz deve estar onde é necessária, onde alguém precisa de percecionar algo. Colocar luz onde ninguém passa não faz sentido”, afirmou.

Alexandre Neto tem desenvolvido alguns projetos de iluminação nas Caldas da Rainha, procurando sempre um equilíbrio entre luz e sombra. Para ele, a iluminação não se trata apenas de iluminar por iluminar, mas sim de jogar com as sombras, criando contrastes que dão profundidade e realce às formas arquitetónicas. “A iluminação deve ser pensada como um elemento artístico que dialoga com o património”, acrescentou.

Está previsto um novo projeto para a fachada do Museu do Ciclismo, cuja execução avançará em breve. Há também perspetivas para futuras intervenções, nomeadamente no Jardim das Águas, embora ainda existam desafios técnicos a resolver.

No geral, o designer de Iluminação reconhece algumas melhorias na iluminação da cidade, mas considera que o processo é “lento e há ainda muito a fazer”. Destaca, no entanto, o impacto positivo do “investimento público, que tem incentivado alguns privados a seguir o exemplo, adotando soluções de iluminação simples, mas harmoniosas”.

Sobre a iluminação na Foz do Arelho, defende uma abordagem criteriosa. Acredita que espaços como a marginal podem beneficiar de uma iluminação bem cuidada, tornando o local mais atrativo. No entanto, considera que “se os bares forem apelativos, as pessoas acabam por ir, mesmo que o resto esteja degradado”. No entanto, alerta que zonas mais sensíveis, como a estrada junto à Lagoa, não deveriam ter iluminação, uma vez que o impacto ambiental pode ser prejudicial e a necessidade funcional é reduzida.

A conferência, que foi moderada por Nicola Henriques, integrou-se no programa da exposição de Design de Iluminação “À Sombra do Património”, da autoria do próprio Alexandre Neto, que está patente na Galeria de Exposições do Espaço Turismo até o dia 28 de março.

Após a conferência, realizou-se um circuito noturno pelos projetos de iluminação concebidos por Alexandre Neto, destacando-se intervenções no Chafariz das Cinco Bicas, na Igreja de Nossa Senhora do Pópulo e no antigo edifício dos Paços do Concelho.

Segundo o designer, a iluminação da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo representou o maior desafio técnico, uma vez que é classificada como Monumento Nacional.

Já no que diz respeito à instalação, o maior desafio colocou-se no Chafariz das Cinco Bicas. “O projeto foi pensado em preto e branco, pois essa era a essência do conceito de iluminação. Quando testámos luzes mais quentes, percebemos que a presença de musgos e as variações naturais da pedra alteravam demasiado a cor, criando um efeito estranho. Tivemos, por isso, de adotar outra estratégia”, explicou o artista.

Entre os convidados estiveram o arquiteto Carlos Flôr, o cineasta Guilherme Rocha e o designer Eduardo Pinto (WeAre Interactive).

 

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