Artista caldense de arte urbana vai pintar Mural dos Afetos na entrada sul da cidade 

Um mural de arte urbana que identifique Caldas da Rainha como uma cidade que há cerca de dez anos que faz parte do Movimento Cidade dos Afetos vai ser pintada na fachada de um prédio na entrada sul da cidade.

Foi no II Encontro do Movimento Cidade dos Afetos, que se realizou no passado dia 16, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha (CCC), que o artista urbano caldense Daniel Eime apresentou o mural em grande escala que vai pintar na fachada transversal do edifício do restaurante indiano na entrada sul das Caldas da Rainha. 

Este autor, que se dedica à arte urbana, e que pintou a cara de uma idosa numa das paredes dos Silos, nas Caldas, disse que “foi com orgulho que aceitei o convite do Município das Caldas para criar um mural que tivesse como tema os afetos”. Contou que o projeto aprovado contempla uma criança que abraça um adulto. “Faço para que seja sempre um reflexo do meu presente e como sou pai criei esta proposta de um abraço de uma criança que transmite o afeto e ternura. Procurei o anonimato das duas pessoas”, contou o artista das Caldas.

A pintura, que vai ser feita com a técnica de stencil, vai ter como destaque o vermelho, que segundo o autor leva as “pessoas a outro tipo de sensações e vai dar calor à zona”.

Para Daniel Eime, o local escolhido para o mural vai “de alguma forma dar as boas vindas tanto aos caldenses como aos visitantes que chegam às Caldas da Rainha e transmitirá que é uma cidade que sabe acolher”.

O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, destacou que o Mural dos Afetos tem como objetivo assinalar Caldas “como uma cidade dos afetos e que tem vindo a dar passos muito positivos com as diferentes instituições do concelho que colaboram com o Município, para levarmos mais adiante os índices de felicidade na comunidade”. 

O Movimento “Cidades dos Afetos” surgiu em 2014, através do trabalho conjunto pelos delegados de saúde, em colaboração com os diretores dos Agrupamentos de Centros de Saúde, e com o apoio dos Municípios do Barreiro e das Caldas da Rainha, fundadores da iniciativa. Ao longo dos anos tem vindo a constituir-se uma rede de municípios que já atingiu 22 localidades.

O I encontro decorreu no Barreiro e o segundo nas Caldas da Rainha, que contou com a presença de cerca de 200 pessoas de norte a sul do país ligadas a este projeto. O evento teve momentos de afetos em representação de algumas localidades que fazem parte do movimento.

Nazaré trouxe ao evento o Grupo Etnográfico Danças e Cantares, que tem elementos de várias gerações e de pessoas com deficiência “sem deixar ninguém para trás”.

O grupo da dança AMA representou o Município de Peniche.

O último painel, “À volta Afetos”, foi moderado pelo aposentado médico de saúde pública, Jorge Nunes, um dos mentores deste projeto. Pediu a todos presentes que “divulguem e promovam o projeto no sentido de aumentar a sua dimensão, uma vez que as manifestações de afetividade estão na base da qualidade de vida das pessoas, condicionando positivamente a sua saúde mental, física e social”.

A psicóloga Ana Teresa Almeida deu a conhecer os diferentes projetos que tem promovido em Anadia relativamente aos afetos. A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Anadia também formalizou a sua adesão ao movimento Escola de Afetos. 

Fernanda Santos, médica de saúde pública, partilhou o que Sines, que também aderiu ao projeto Cidade dosAfetos, tem feito para mobilizar toda a comunidade para o desenvolvimento de atividades. Revelou que deveria haver um orçamento para a dinamização de atividades para “não estarmos sempre a depender das ajudas das autarquias”. O presidente da Câmara das Caldas concordou, recordando que está ligado ao projeto desde o início, quando era presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório. Realçou o valor dos afetos nas sociedades, acreditando que uma maior afetividade entre as pessoas é “promotora de maior felicidade e tolerância entre todos”.

Já a professora Júlia Mendes falou do projeto Maria dos Afetos, que nasceu em 2015 no Barreiro. Salientou que os afetos “são o caminho para o sucesso”.

A enfermeira Fátima Neves, especialista em enfermagem comunitária e saúde pública, uma das responsáveis pelo Movimento Cidade dos Afetos das Caldas da Rainha, revelou ao JORNAL DAS CALDAS que constituíram no passado ano uma associação para promover as atividades no concelho. Em maio vão fazer a Exposição dos Afetos, no Centro Comercial La Vie, com os trabalhos feitos pelos alunos das Escolas das Caldas da Rainha, onde o tema é “Os animais amigos para a vida”.

Fátima Neves revelou que a pandemia prejudicou o projeto e que agora estão a retomar, revelando que a autarquia tem agendado várias iniciativas referentes aos afetos com a colaboração da Saúde Pública. 

A Escola Vocacional de Dança das Caldas da Rainha e a Tuna Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha atuaram no fim do encontro.

Os alunos do curso Técnico de Audiovisual da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro e da Escola Técnica Empresarial do Oeste colaboraram no evento.

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Painel “À Volta dos Afetos”
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Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Nazaré

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