Antes do apito inicial, os dirigentes do clube, em gesto de respeito e carinho, prestaram-lhe uma homenagem emocionante, marcando o fim de uma era.
Mas o momento que tocou a todos foi quando, ao minuto 6, os adeptos se levantaram para aplaudir o capitão. O número que Thomas usou nas costas da sua camisola foi símbolo de um agradecimento coletivo, um aplauso de gratidão que ecoou nas bancadas, um reconhecimento de uma carreira dedicada ao clube e aos seus fãs.
Ao minuto 84, o Campo da Mata voltou a parar para Thomas Militão. O capitão do Caldas foi substituído por Rodrigo Dias, naquele que foi mais do que um simples momento de jogo. Foi um instante de puro futebol, de respeito e de emoção. Ambas as equipas — num gesto raro e belo — formaram uma guarda de honra para o número 6, que se despede dos relvados no final da época.
Militão saiu com o braço levantado, num gesto que dizia tudo e sem precisar de palavras. Um adeus emocionado, um agradecimento profundo a uma plateia que não se cansou de gritar o seu nome, de pé, com o coração cheio.
Foi a celebração de uma carreira feita de entrega e lealdade, o reconhecimento de um jogador que é um verdadeiro símbolo do clube.
A despedida frente à Académica acabou com uma derrota por quatro bolas a zero. Com esta vitória, a formação de Coimbra mantém-se no topo da Série 2, somando agora 27 pontos, enquanto o Caldas ocupa o terceiro lugar com 17, mas o que interessa é que ambas têm presença assegurada na edição seguinte da Liga 3 Placard.
O encontro começou com equilíbrio e intensidade, com ambas as equipas a revelarem, desde os primeiros instantes, a ambição de assumir o jogo.
Ba-Sy aproveitou uma falha defensiva do Caldas e rapidamente colocou a bola em Hachadi, que assistiu Gonçalo Ferreira para um golo bonito e eficaz, aos 24’.
A vantagem aumentou poucos minutos depois, aos 30’, quando António Montez, que viria a ser o Homem do Jogo, num lance rápida e ao primeiro toque, finalizou com classe, após uma assistência de Vasco Gomes.
Até ao intervalo, Gonçalo Barreiras dispôs de duas boas situações (34’ e 45’+1’), mas na primeira vez a bola saiu junto ao poste e na outra António Filipe negou-lhe o golo.
José Vala, treinador do Caldas, procurou dar um novo fôlego ao ataque logo no reatamento, promovendo alterações que trouxeram mais dinamismo à equipa. Apesar do esforço e da tentativa de imprimir outra velocidade, o bloco defensivo adversário manteve-se coeso e disciplinado, anulando qualquer possibilidade real de golo.
Já em tempo de compensação, a Académica ainda ampliou a vantagem com mais dois golos: primeiro por Gabriel Morais e, pouco depois, por Leandro Silva, que fixou o resultado final, pesado face ao equilíbrio mostrado durante largos momentos do jogo.
Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Daniel Pinto
Árbitros assistentes: Manuel Azevedo e Jony Mota Quarto árbitro: Taras Khrobatyn
Caldas SC: Luís Paulo, Nhayson, Yordy Marcelo, Thomas Militão (capitão) (Rodrigo Dias, 84’), David Lopes (Luís Farinha, 79’), Diogo Clemente (David Santos, 46’), Tomás Castro (Nuno Januário, 68’), Rafa Pinto, Kevin Lopes, Miguel Velosa, Gonçalo Barreiras (Balelo, 46’).
Suplentes não utilizados:Wilson Soares, Filipe Cascão, Tiago Catarino, Júlio Sousa.
Treinador: José Vala
Disciplina: cartão amarelo para Kevin Lopes (83’).
Académica: António Filipe, Francisco Ferreira (Jordan, 66’), Ricardo Teixeira, Vitor Bruno, Ni Rodrigues, Leandro Silva (capitão), António Montez, Gonçalo Ferreira (Ruben Freitas, 66’), Vasco Gomes ( Fran Pereira, 78’), Ba-Sy (Elvis Mendes, 78’), Hachadi (Gabriel Morais, 78’).
Suplentes não utilizados: Bernardo Santos, André Serra, Lucas Henrique, Duarte Carvalho.
Treinador: António Barbosa
Disciplina: nada a assinalar
Golos: 0-1 (Gonçalo Ferreira, 24’), 0-2 (António Montez, 30’), 0-3 ( Gabriel Morais (90’+2’), 0-4 (Leandro Silva, 90’+4’).
Homem do jogo: António Montez (Académica).