A vinda de Boris Lehman à cidade foi possível graças ao convite do cineasta e estudante Guilherme Rocha, responsável pelo Cineclube e atualmente a frequentar o mestrado em Som e Imagem na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR).
“Depois de ver o filme Babel, mandei-lhe um e-mail muito inocente a dizer que gostava dos filmes dele e que gostava que viesse às Caldas”, contou Guilherme Rocha. “No dia seguinte respondeu-me: ‘Claro que sim, estou super entusiasmado, vamos combinar’.”
O convite partiu de um interesse pessoal na obra de Lehman, mas rapidamente conquistou o apoio do grupo que dinamiza o Cineclube: “Começou com a admiração que tinha com a obra dele e o grupo do Cineclube CR achou que seria uma boa programação para este ano”, explicou o cineasta.
Esta retrospetiva integrou-se no sexto ciclo de programação do Cineclube, que apresenta sessões quinzenais com filmes e a participação de realizadores convidados. Foi, no entanto, a primeira vez que contaram com a presença de um cineasta estrangeiro.
Durante a semana, foram exibidos os filmes “Muet Comme Une Carpe”, “À la recherche du lieu de ma naissance”, “Fantômes du passé”, “Histoire de mes cheveux” e “Leçon de Vie”, com sessões a decorrer em vários espaços da cidade, como a ESAD.CR, os Silos e o Museu José Malhoa.
A estadia de Boris Lehman nas Caldas foi também uma oportunidade para conhecer a região. Ficou alojado em casa de Guilherme Rocha e visitou vários locais, entre eles Alfeizerão, onde não resistiu a provar o famoso pão de ló, que o encantou. Sempre com a máquina fotográfica em punho, revelou a sua paixão pela fotografia, uma linguagem que também explora no seu cinema.
Para Guilherme Rocha, a experiência foi marcante. “Foi super interessante passar uma semana com ele”, afirmou, destacando a naturalidade e a proximidade que o realizador transmite. “Os filmes são uma extensão dele próprio”, disse, acrescentando: “Faz cinema há mais de 50 anos sendo apenas ele mesmo. É um cinema feito de amor e amizade, com pessoas e temas que lhe são muito próximos”.