Comércio local e grandes superfícies devem trabalhar em conjunto

O comércio local e os centros comerciais podem unir esforços para atrair mais pessoas às Caldas da Rainha e assim todos beneficiarem. Esta foi uma das conclusões da 11ª tertúlia da ACCCRO - Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste, que teve lugar a 26 de novembro no café Central dos Silos.

O comércio local e os centros comerciais podem unir esforços para atrair mais pessoas às Caldas da Rainha e assim todos beneficiarem. Esta foi uma das conclusões da 11ª tertúlia da ACCCRO – Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste, que teve lugar a 26 de novembro no café Central dos Silos.

O tema da conferência era “Comércio Local vs Centro Comerciais vs Hipermercados” mas Rui Bernarda, proprietário da mercearia Pena, que estava a moderar a conversa, disse logo no início que mais importante do que um eventual conflito, era todos apostarem em atraírem mais clientes.

O presidente da ACCCRO, Luís Gomes, admitiu que das 11 tertúlias realizadas, esta era um dos temas mais difíceis de abordar, mas considera que existência de um shopping nas Caldas era inevitável e que se não houvesse os potenciais clientes acabariam por ir para outras localidades.

Sandra Martins, proprietária da loja Atractiva Moda XL, defendeu que os centros comerciais, “apesar de nem sempre fazerem uma concorrência leal, fazem falta e é preciso ter uma estratégia para fazer face aos desafios que trouxeram”.

Amaro Correia, diretor do centro comercial La Vie das Caldas da Rainha, começou por afirmar que nunca teve qualidade de vida como aquela que tem nesta cidade, apesar de já ter vivido em várias localidades do país e no estrangeiro.

Nesse mesmo dia fazia 15 anos que o La Vie tinha aberto ao público e Amaro Correia considerou que o impacto desta unidade tem sido positivo na região.

Na sua opinião, é preciso conseguir trabalhar em conjunto para que as ameaças passem a ser oportunidades, de forma a que todos possam ver crescer o seu negócio, sugerindo que a ACCCRO e a Câmara das Caldas elaborem um plano estratégico para o comércio.

A empresária Helena Martins, da Hm Gifts, está atualmente a trabalhar tanto no comércio local como no La Vie e também acredita nessa complementaridade. O mais importante é conseguir atrair mais pessoas e saber aquilo que o cliente procura.

Nesse sentido, foi muito elogiado o programa de animação de natal, que traz milhares de pessoas às Caldas da Rainha e que marca a diferença.

Joaquim Beato, vice-presidente da Câmara das Caldas, considera que é preciso investir “muito mais” em conseguir trazer mais pessoas, tal como é feito com a animação de natal. O autarca apontou que o comércio das Caldas é reconhecido em todo o país.

Por outro lado, entende que é necessário assumir decisões difíceis como colocar parquímetros em alguns locais da cidade e implementar estratégias no âmbito da mobilidade. “Temos de ser uma cidade onde andar a pé é normal”, defendeu.

Ex-autarca acha que câmaras cobram taxas a mais

Fernando Costa, ex-presidente da Câmara das Caldas, lembrou todo o processo que trouxe o La Vie para a cidade e de como considerou ser melhor aceitar a sua construção, em vez de ver abrir nos concelhos vizinhos.

“Hoje é impensável estar contra as grandes superfícies e os centros comerciais, mesmo que sejam grandes concorrentes do comércio tradicional, porque seria impossível mantê-los afastados”, afirmou.

Em relação às grandes superfícies, Fernando Costa salientou que quando estas abrem criam postos de trabalho, mas há um estudo da Universidade Católica que afirma que por cada funcionário novo nestas unidades, acabam três nas pequenas lojas.

O ex-presidente afirmou que o grande inimigo do comércio local “não são as grandes superfícies, mas as próprias câmaras municipais” por “cobrarem muito e, às vezes, fazerem muito pouco daquilo que deveriam fazer”.

Na sua opinião, as receitas da cobrança do Imposto Municipal sobre Imóveis deveriam ser suficientes para as autarquias fazerem o seu trabalho “sem necessitarem de cobrar mais taxas e taxinhas”.

ACCCRO preocupada com lojas de indianos

Luís Gomes abordou também a abertura de várias lojas “que estão fora do que é o comércio local”, nomeadamente as que estão a ser exploradas por imigrantes de origem indiana. “Isto tem descaraterizado o nosso comércio local” e, na sua opinião, provoca alguma insegurança entre os caldenses e visitantes.

Segundo o dirigente, muitas vezes as lojas do comércio local “têm cinco ou seis indivíduos a tapar as fachadas, quase parecendo um ‘gangue’ e que pode intimidar quem pode entrar”.

O presidente da ACCCRO referiu que em Lisboa “já sabemos o que temos no Martim Moniz”, mas não quer que isso aconteça nas Caldas.

Para evitar que isso venha a acontecer, Luís Gomes disse que a associação está disponível em trabalhar com a autarquia de forma a criar “uma espécie de escudo para proteger o comércio local”, de acordo com alguns critérios de seleção.

No entanto, Helena Martins sublinhou que para um projeto dessa envergadura é preciso ter em atenção a continuidade que este tem de ter, com recursos suficientes alocados para o seu desenvolvimento e não apenas na criação.

Maria João Antunes, proprietária da sapataria Bomtom, salientou que muitos caldenses gostariam de abrir um negócio nas Caldas e não conseguem por causa das rendas. “Vamos ter o nosso comércio substituído por pessoas de outros países e de grandes grupos de outras cidades”, referiu.

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