Patrícia Ribeiro tinha também sido condenada a pagar uma indemnização de 300 mil euros ao filho e 25 mil euros ao pai da criança, bombeiro da corporação de Óbidos de quem estava separada. Agora o Tribunal da Relação absolveu-a de pagar a indemnização ao ex-marido e reduziu para 100 mil euros a compensação ao filho.
Segundo o jornal Correio da Manhã, os desembargadores defendem que a pena de dezassete anos é “algo exagerada” e que o tribunal ignorou o quadro psicopatológico da arguida, que sofre de Síndrome de Münchausen por Procuração, caraterizado por alguém que tenta fazer mal a outro, neste caso a uma criança, para chamar a atenção sobre si próprio.
Para os juízes, a pena de dez anos “representa já um castigo severo para uma mulher próximo dos 30 anos”.
A mulher foi detida quando tinha 27 anos, numa altura em que trabalhava numa empresa de mergulho em Peniche, depois de ter sido bombeira em situação de reserva na corporação de Óbidos.
A arguida admitiu que pretendia captar a atenção da família. Foi crucial o testemunho do filho mas também a vigilância montada no hospital D. Estefânia, em Lisboa, onde foi detetada a administrar clorofórmio à criança, quando esta estava internada após outros episódios de envenenamento.
Embora tenha alegado não se recordar desses atos nem de ter empurrado o filho para um tanque de água com três metros de profundidade, Patrícia Ribeiro declarou que após ter sido submetida a terapia é que tomou consciência do mal que cometeu.
O menino, atualmente com oito anos, sofreu mazelas de saúde que poderão acompanhá-lo para o resto da vida.