A inexistência de médicos de família que afeta mais de treze mil pessoas leva a Comissão de Utentes do Centro de Saúde do Bombarral a realizar uma marcha em defesa da saúde no dia 16 de novembro, pelas 10h00.
De acordo com a comissão, “a situação do Centro de Saúde do Bombarral tem vindo a agravar-se e os utentes deste concelho têm cada vez menos acesso aos cuidados de saúde primários”.
“Atualmente não existem médicos de família, o que quer dizer que mais de treze mil pessoas estão sem médico e as consultas dadas por médicos tarefeiros são muitas vezes realizadas por teleconsulta. Os serviços prestados ficam aquém dos mínimos, ficando comprometido o acompanhamento e tratamento de muitos utentes”, sublinha.
A comissão alerta que “não podemos continuar sem médicos, sem consultas, sem cuidados. A saúde é um direito, pelo que exigimos que a atual situação se reverta”.
No ano passado foi entregue na Assembleia da República uma petição onde se reclama da falta de médicos de família e se pede respostas para a prestação dos cuidados básicos de saúde.
Foi recentemente iniciado um projeto-piloto de teleconsultas (consultas por vídeo, com médicos especialistas de medicina geral e familiar) para responder à carência de médicos de família, sendo que o Bombarral não possui há largos meses um único profissional no quadro, revelou a Unidade Local de Saúde do Oeste (ULSO).
“As consultas decorrem no Centro de Saúde, com apoio administrativo e de enfermagem, em gabinete individual, tal como aconteceria com a presença física de médico. Nestas consultas, além da avaliação da situação atual do utente, são emitidos os exames complementares considerados necessários, mediante a sua situação clínica e agendada consulta posteriormente para reavaliação pela mesma equipa, caso seja necessário”, garante a ULSO, pretendendo dar resposta à queixa de que os utentes não conseguem apresentar os exames realizados.
A concentração para a marcha é em frente ao Centro de Saúde, dirigindo-se até à Praça do Município.