O 25 de Abril foi feito por jovens 

“O 25 de Abril foi feito por jovens de 20 a 29 anos”, disse Amílcar Coelho, um dos rapazes dos tanques no 25 de abril de 1974, que foi um dos oradores da conferência que assinalou os 50 anos da Revolução dos Cravos, que decorreu no passado dia 24 no Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha, organizada pelo Conselho da Cidade em parceria com o município das Caldas da Rainha.

“Eu estava lá e tinha 20 anos. Era um dos 240 homens da coluna de Santarém, comandada pelo Capitão Salgueiro Maia que tinha 29 anos e que tomou o Terreiro do Paço e cercou o Quartel do Carmo”, referiu Amílcar Coelho, que deu o seu testemunho.

Apesar de reconhecer que eram tempos diferentes, Amílcar Coelho, que começou a trabalhar aos 11 anos numa fábrica a pintar loiças em Alcobaça, apelou aos jovens para que “sejam mais ativos politicamente e que participem nas comemorações do 25 de Abril”.

Aquele que foi um dos “rapazes dos tanques” da coluna de Salgueiro Maia disse que há dias trocou “impressões com alunos do 12º ano numa escola em Leiria sobre a sua intensa vivência do 25 de abril, e eles ficaram impressionados com uma revolução feita precisamente por miúdos poucos mais velhos que eles”. 

Para Amílcar Coelho, “o 25 de Abril é sobretudo um valor simbólico e representa um fenómeno que chamo o delicadíssimo som do trovão (em homenagem aos Pink Floyd, a música que fez parte da minha aprendizagem da política nos alvores da democracia em Portugal)”.

O autor do caderno “O Delicadíssimo Som do Trovão” adiantou que comemorar a revolução é voltar às origens genuínas do movimento sindical e conferir a este uma dimensão política e social que lhe é essencial de luta por um mundo mais solidário e mais justo”.

A sessão contou com a intervenção da historiadora e professora Isabel Xavier, que deu uma verdadeira aula sobre Portugal antes e depois da Revolução de Abril. Abordou o Estado Novo, que durou 48 anos, desde a aprovação da constituição portuguesa de 1933 até ao seu derrube pela Revolução de 25 de Abril de 1974. Falou ainda do processo de descolonização da 2ª Guerra Mundial e de outros acontecimentos importantes de uma pessoa que se dedica ao trabalho de pesquisa histórica.

A sessão iniciou com a intervenção do presidente da Câmara, Vitor Marques, que destacou a importância de assinalar os “50 anos de democracia e de liberdade, que significa algo muito forte e que nós queremos que seja duradouro”. O autarca lembrou que a liberdade se perde de “um dia para o outro” e pediu aos presentes na plateia para “estarem atentos”, lembrando que “há muitos países que não vivem em democracia”.

Luís Filipe André, presidente do Conselho da Cidade, referiu que a Associação para a Cidadania de Caldas da Rainha tem o propósito de “promover atividades que promovam e divulguem a participação cívica da população”.  

“O 25 de Abril é sempre um momento de celebração e um momento para ser relembrado, porque é um símbolo de democracia e um sinal que as pessoas em conjunto conseguem fazer, principalmente para defender os seus direitos e defender aquilo que consideram que é a liberdade”, referiu.

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Amílcar Coelho, um dos rapazes dos tanques no 25 de abril de 1974
 

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