Comovente e inspirador, o evento, que contou com a abertura do presidente da Câmara do Cadaval, Ricardo Pinteus, reuniu dezenas de pessoas interessadas em conhecer a história de superação que deu origem ao livro.
O testemunho de Rute Silva encontrou outra dimensão ao ser partilhado em simultâneo com o de Inês Coelho, uma cadavalense e amiga da autora que trava também atualmente uma luta oncológica. Numa conversa intimista partilharam experiências, medos e aprendizagens, mostrando que a dor pode transformar-se em inspiração.
“O Diário de Hodgkin” nasceu da necessidade de Rute Silva expressar as emoções vividas ao longo da doença. O livro, escrito na terceira pessoa, acompanha o percurso da autora desde o diagnóstico aos tratamentos, passando pelos sonhos que a ajudaram a manter-se firme. “Cada vez que eu me sentava cinco a sete horas para levar quimioterapia, programava viagens, ainda que não soubesse se um dia iria realizá-las”, contou.
Entre os momentos mais difíceis relatados na obra está o transplante de medula óssea, que obrigou a 28 dias de isolamento. Durante esse período, Rute chegou a escrever uma carta de despedida, convencida de que não sobreviveria. No entanto, a sua história transformou-se num testemunho de esperança e superação. “Se antes via o cancro como um travão, hoje vejo como uma alavanca”, afirmou.
A apresentação da obra no Cadaval, que assinalou o Dia Internacional da Luta Contra o Cancro, encerrou um ciclo de 14 sessões, mas depois de “O Diário de Hodgkin”, a autora promete continuar a espalhar a mensagem de força, resiliência e esperança numa nova obra.