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Padre das Caldas no Vaticano recorda o Papa como um símbolo de renovação espiritual

O Papa Francisco faleceu na manhã de 21 de abril, deixando o mundo em luto. A notícia apanhou o padre João Sobreiro, da Paróquia de Nossa Senhora do Pópulo, em Caldas da Rainha, enquanto se encontrava no Vaticano. Contactado pelo Jornal das Caldas, o sacerdote reagiu com emoção à morte do Papa Francisco. “Perdemos o Papa que é a revolução da misericórdia, que é ter um coração que sabe olhar mais fundo e sabe ver a presença de Deus", afirmou.

Para o padre João Sobreiro, Francisco foi um símbolo de renovação espiritual e de proximidade com os fiéis. “Um Deus que não desiste da humanidade, um Deus que não desiste de cada um e que vem ao nosso encontro e nos renova por dentro”, acrescentou.

Destacou o legado do Papa, especialmente a sua visão da misericórdia como força transformadora. “Testemunhar essa misericórdia que transforma o coração e experimentar esse amor, isso sim é verdadeiramente revolucionário”, afirmou.

O pároco, João Sobreiro foi para Roma no dia 20 de abril à noite.  “Somos um grupo de padres do mesmo curso, chamado Curso de Madre Teresa de Calcutá e entrámos para o seminário no último ano jubilar, no ano 2000, e viemos passar a Porta Santa da Basílica de São Pedro porque estamos a celebrar, o jubileu da esperança, e também visitar um colega do nosso curso que está aqui”, contou.

“Tínhamos acabado de passar a Porta Santa quando recebemos a informação que o Papa Francisco tinha falecido”, relatou.

O grupo de sacerdotes não tinham encontro com Francisco, mas como era o Papa das “surpresas, tínhamos ainda alguma esperança de o encontrar, mas tínhamos consciência que irias ser muito difícil, dado ao seu estado muito debilitado”. “Estamos em pleno tempo pascal, e por isso vivemos esta ressurreição de Jesus, e por isso também vivemos na fé e na esperança a sua passagem para a casa do Pai, para a vida eterna, porque sobrevivemos a essa mesma vida eterna neste tempo pascal. E por isso ele partiu neste tempo mesmo”, disse.

“Ter um coração que sabe amar, perdoar e ter um olhar de ternura é revolucionário realmente”, adiantou o sacerdote, comovido. “Esta tónica da misericórdia é algo que devemos dar graças a Deus na Igreja e no mundo inteiro”, salientou.

Para o Padre, a capacidade de discernimento de Francisco foi outro traço profundamente inspirador. “Aprender a olhar as coisas com o olhar de Deus e estar atento aos sinais. Com certeza que ele era Papa e era chamado a defender a doutrina e a proclamá-la, mas também a caminhar connosco, atento aos sinais do mundo e da Igreja”, referiu.

Esse “caminhar em conjunto”, como frisou várias vezes, é sinal de uma Igreja viva, aberta e atenta aos desafios de cada tempo. “Só com esse discernimento é que a Igreja pode evoluir no sentido de ser obediente à vontade de Deus. E poder chegar ao mundo com uma palavra de esperança, com um testemunho verdadeiro.”

À pergunta sobre a perenidade da mensagem do Para Francisco, o sacerdote não hesitou: “Claro que sim, não tenho dúvida nenhuma. Cada Papa é o Papa que Deus dá à Igreja no tempo certo. E este Papa foi o que o mundo e a Igreja precisavam neste tempo”, afirmou.

Antes de terminar, o sacerdote da paróquia das Caldas da Rainha partilhou ainda aquilo que, para si, é um dos maiores legados do Para Francisco: a atenção aos pobres. “É uma coisa que precisamos muito na Igreja e no mundo. Estar atento aos migrantes, aos refugiados, aos que ninguém quer ver. Esta opção pelos pobres é algo muito forte que Francisco encarnou como poucos. É o coração do Evangelho, e ele soube vivê-lo com autenticidade”.

“Agora vamos rezar”, concluiu o sacerdote. “Rezamos em ação de graças pelo dom da sua vida e do seu ministério. E pedimos que o seu testemunho continue a iluminar o caminho da Igreja”.

 

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