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Movimento de cidadãos contesta linhas de muito alta tensão próximas de habitações

Um grupo de moradores nas freguesias da Benedita e de Turquel constituiu um movimento cívico que contesta a existência de linhas de muito alta tensão próximas de habitações, fábricas e escolas. Diz haver uma relação entre problemas de saúde e radiações electromagnéticas emitidas.

Um grupo de moradores nas freguesias da Benedita e de Turquel constituiu um movimento cívico que contesta a existência de linhas de muito alta tensão próximas de habitações, fábricas e escolas. Diz haver uma relação entre problemas de saúde e radiações electromagnéticas emitidas.

Nas freguesias de Turquel e Benedita existem várias torres que transportam linhas de muito alta tensão, tendo na proximidade zonas habitadas. O tema é controverso e alguns moradores sustentam existir um risco acrescido de contração de doenças cancerígenas.

“O meu sogro morreu de cancro por causa disso. Vivemos debaixo destas linhas quando há a serra [dos Candeeiros] toda disponível para meter estas coisas que fazem mal às pessoas”, manifestou Gonçalo Ribeiro, morador na Charneca do Casal do Guerra.

Em causa estão linhas que desde a década de 1970 atravessam várias aldeias. O protesto surge numa altura em que, segundo o movimento Lesados-Linhas de Muito Alta Tensão, está a ser feita uma intervenção na rede para substituir postes antigos por outros mais elevados, pelo que faria sentido que fossem deslocados para longe de habitações.

Num comunicado às populações, o movimento vincou que “temos no terreno novas fundações, novas sapatas, novos postes (ainda em armação), mais largos, mais compridos, mais altos, mais robustos (temos informação verbal de que suportam o dobro do vão dos anteriores) e cabos, agora em muito alta tensão”.

“Para quando um corredor único para a electricidade, na encosta da Serra dos Candeeiros, a distância segura do lar mais próximo?”, questionou.

Lino Henriques, porta-voz do movimento, afirmou que “vai ficar uma lixeira tóxica por cima das nossas casas e propriedades”.

Além das questões de saúde pública, é apontada a desvalorização das casas e o risco de esvaziamento dos lugares. “Ninguém no seu perfeito juízo vai querer morar debaixo ou nas proximidades destas linhas”, sublinhou.

O movimento tem vindo a realizar protestos para sensibilizar a opinião pública para o problema. Num deles, na Benedita, na passada sexta-feira, houve quem se vestisse de noiva, para passar a mensagem de que o futuro está comprometido.

“É no casamento que começa a constituição de uma família. Se na minha geração já houve tumores e cancros, na geração dos meus filhos vai ser pior ainda”, alegou Natália Silva, do movimento, que promete continuar a lutar e a manifestar o seu descontentamento, à espera de respostas de várias entidades.

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