A iniciativa integrou-se na programação da Semana Raul Proença, um evento que dinamiza a escola com atividades culturais e educativas, proporcionando momentos diferentes da rotina habitual.
Nesse dia, a Escola Secundária Raul Proença transformou-se num verdadeiro laboratório de descobertas. Os alunos vestiram a pele de cientistas e dinamizaram experiências fascinantes, como a dos hemisférios de Magdeburgo, que comprova de forma visual e impactante a existência da pressão atmosférica. Houve também uma demonstração do gerador de Van de Graaff, onde os participantes, ao colocarem a mão na esfera enquanto o gerador estava ligado, sentiram na pele – e no cabelo arrepiado – o efeito da eletricidade estática.
Outra experiência que despertou a curiosidade foi a bateria do limão, que ilustrou, de forma simples e prática, como a interação entre dois metais e um eletrólito ácido gera eletricidade. Ao longo do dia, várias experiências dinâmicas captaram a atenção dos visitantes, especialmente dos alunos do 9.º ano da EBI de Santo Onofre, que tiveram a oportunidade de explorar a ciência de uma forma interativa.
A Semana Raul Proença tem vindo a consolidar-se como um evento marcante no calendário escolar, e este ano não foi exceção. “As novidades este ano passam mais por consolidar aquilo que temos feito nos últimos anos”, afirmou João Silva, diretor do Agrupamento de Escolas Raul Proença (AERP) “Através da integração das artes, como a pintura, a gravura e a fotografia, seja na área do desporto, onde este ano contamos com a Taça do Desporto. Estamos a selecionar os alunos do 7.º ano para, posteriormente, representarem a escola a nível regional e nacional”, contou João Silva.
A diversidade de atividades foi um dos grandes destaques da semana, envolvendo diferentes disciplinas e proporcionando experiências únicas aos alunos. “Organizámos o espetáculo de matemática com Rogério Martins, que foi uma das grandes diferenças em relação a anos anteriores. Fizemos cinco sessões no auditório da Expoeste, e foi um enorme sucesso”, indicou.
O teatro também teve um toque especial este ano. “Foi um espetáculo de expressão dramática baseado nas músicas de Rui Veloso, mais uma vez ensaiado pelo professor Aníbal Rocha. Acho que foi uma das atividades que marcou a diferença”, afirmou o diretor.
Outra iniciativa que mobilizou várias áreas do conhecimento foi o “Raulinho 2025” – “Peddy-paper” para todos os alunos que envolveu as várias disciplinas.
Também decorreu o rally paper para professores e funcionários. “Criámos esta atividade como forma de promover o espírito de equipa e reforçar o espírito de corpo, descreveu João Silva.
Mais do que um conjunto de atividades extracurriculares, a Semana Raul Proença reflete o papel da escola enquanto espaço de cultura, ciência e formação integral. “O objetivo é fomentar a união e mostrar à comunidade aquilo que fazemos. A escola não é apenas um lugar para dar matéria, fazer testes e avaliações. É muito mais do que isso. A cultura, a ciência e o trabalho interdisciplinar são essenciais para uma formação completa”, destacou João Silva.
“A forte adesão dos alunos reflete o impacto desta iniciativa. Para eles, isto entra logo na cultura escolar”, sustentou o responsável.
Entretanto, realizou-se a iniciativa “Toma Lá Talento”, organizada pela Associação de Estudantes. “Há alunos que vêm ter connosco e dizem que têm uma banda e que querem atuar. E nós damos-lhes essa oportunidade, para trazerem para a escola aquilo que já fazem lá fora”, referiu.
A colaboração entre diferentes ciclos de ensino é também um ponto forte. “Por exemplo, o painel ‘Maré Cheia de Uma Ideia’ foi feito por alunos do 12.º ano em parceria com crianças do Jardim-Escola do Bairro das Morenas. Isto mostra que não só articulamos disciplinas, como também promovemos o trabalho entre diferentes anos de escolaridade”, explicou o diretor.
A Semana Raul Proença envolveu cerca de 1200 alunos da escola, além de cerca de 100 estudantes do 9.º ano da EBI de Santo Onofre, que visitaram a secundária com o objetivo de conhecer o ambiente escolar do ensino secundário. “Os estudantes da Associação de Estudantes fazem a visita guiada aos mais novos. São perfeitamente autónomos e assumem essa responsabilidade com grande empenho”, contou.
Também decorreram os “dias diferentes”, a 3 e 4 de abril, que segundo o diretor do AERP constituem uma atividade muito popular entre os alunos e envolvem todas as turmas de 2º e 3º ciclo de escolaridade. “Trata-se de uma forma diferente de vivenciar a “vida na escola” para além das tradicionais atividades letivas”, salientou.
Para os que optaram por não sair do recinto escolar houve atividades para todos os gostos: desde aulas de Hip Hop e Kempo a sessões de Karaoke, cinema e jogos de tabuleiro até atividades experimentais, palestras, sessões sobre suporte básico de vida, campanhas de limpeza da escola e atividades no Parque Onofre e na Horta Regenerativa do Onofre, entre muitas outras.
“Tivemos turmas a visitar museus, a caminhar até à Foz do Arelho ou a ir de comboio até São Martinho do Porto. Há também três turmas do 9.º ano que viajaram para Madrid durante três dias e uma turma do 11.º ano que foi para França. Foram eles próprios que organizaram as viagens, promovendo vendas para angariar fundos. Isso mostra que também criam os seus próprios dias diferentes”, referiu o diretor.
Estes eventos culminam com o happening, que terá lugar a 10 de maio, integrado nas Festas da Cidade. “Queremos levar a escola para a rua e mostrar à comunidade o que fazemos. O happening será muito inspirado nos 500 anos de Luís de Camões, com a ideia de trazer os seus poemas para a cidade e envolver a comunidade”, adiantou João Silva.