Num dos últimos atos enquanto primeiro-ministro, António Costa visitou no passado domingo na fortaleza de Peniche, antiga cadeia política, as obras de instalação do Museu da Resistência e da Liberdade, lançadas pelo seu Governo mas que vão ser inauguradas pelo novo elenco governativo a 27 de abril.
O primeiro-ministro, em término de funções visitou as obras do Museu da Resistência e da Liberdade, um investimento de 4,3 milhões de euros, comparticipados por fundos comunitários, e recordou o movimento que levou o seu Governo a abandonar a ideia de concessionar a Fortaleza de Peniche a privados para fins turísticos e a avançar com obras de valorização do espaço para vir a albergar o espaço museológico.
No ano das comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, há legados que é preciso deixar vivos na memória do povo, disse António Costa, sublinhando que é necessário recordar a resistência à ditadura para fazer perdurar a democracia.
Durante a ditadura, na Fortaleza de Peniche funcionou uma prisão política. O Museu Nacional Resistência e Liberdade nasce do reconhecimento deste local enquanto espaço-memória e símbolo maior da luta pela liberdade.
“É um legado muito importante de todos aqueles que resistiram, todos aqueles que lutaram pela liberdade”, manifestou, apontando que “o testemunho de vida, de dor e sobre o que foi a ditadura” transmitido às gerações é fundamental para não se voltar a vivê-la.
Ladeado pelos antigos presos políticos Fernando Rosas e Domingos Abrantes, vincou que “convém não esquecer os 48 anos de ditadura que antecederam estes 50 anos de democracia e recordar aqueles que foram decisivos”, fazendo notar que fez parte “da primeira geração que já pôde crescer em liberdade”.
“Este é um museu da resistência antifascista e tem como objectivos despertar consciências democráticas e educar os jovens para os princípios da defesa da liberdade, uma realidade que nos atormentou durante 48 anos e que esperamos que não volte a repetir-se”, sublinhou Domingos Abrantes.
Fernando Rosas sustentou a importância de “salvaguardar a história num momento em que a democracia portuguesa é alvo das maiores ameaças”.