Demolição de quiosque usado pelo Caldas Late Night causa polémica

A demolição do quiosque da Praça 5 de Outubro que desde 2015 estava a ser utilizado pela organização do Caldas Late Night (CLN) causou polémica entre a autarquia e os jovens estudantes.

A demolição do quiosque da Praça 5 de Outubro que desde 2015 estava a ser utilizado pela organização do Caldas Late Night (CLN) causou polémica entre a autarquia e os jovens estudantes.

Na sequência da destruição daquele espaço, no dia 22 a organização do CLN fez uma publicação nas redes sociais a queixar-se de não ter sido informada sobre o que iria acontecer. “É triste não contar com o mínimo de respeito da Câmara Municipal das Caldas da Rainha. O CLN ficou sem casa”, foi escrito, salientando que tinha sido “recuperado aquele espaço, que era devoluto, com pequenas doações e apoios”.

Na noite de 24 de março, o JORNAL DAS CALDAS questionou a vereadora da Cultura, Conceição Henriques, sobre a queixa realizada pelos estudantes, tendo esta explicado que “ainda não recebemos nenhum comunicado da organização do CLN relativamente ao assunto e não nos pronunciamos sobre coisas que não chegam ao nosso conhecimento pelas vias devidas”. Em relação à obra, também não quis comentar por não ser o seu pelouro e não quis envolver-se “numa polémica que não me chegou”. No entanto, achou estranho que estivesse marcada uma vigília para a noite do dia seguinte, “sem que tivessem falado com quem de direito”.

Nesse sábado, antes da vigília que contou com um espetáculo de fogo, o JORNAL DAS CALDAS recebeu um comunicado, assinado pelo executivo municipal, que refere que “perante tão ofensiva e caluniosa afirmação importa esclarecer” os passos que foram dados.

Segundo a autarquia, a demolição foi mais uma acão “para a promoção da segurança, higiene e limpeza da Praça de 5 de Outubro, que tanto tem sido solicitada pelos habitantes e frequentadores da mesma”.

O comunicado refere também que “esta estrutura causava impedimentos visuais”, sendo “um local de insegurança e de falta de higiene urbana”. A decisão de desmantelar o quiosque foi tomada após ouvir as forças de segurança, os comerciantes e os frequentadores da Praça, esclareceu a Câmara.

O Município afirma também que o espaço nunca foi atribuído para sede do CLN. “Não existe qualquer associação ou estrutura identificada como Caldas Late Night, o que implica a impossibilidade da realização de qualquer tipo de protocolo de cedência”, refere o comunicado.

Em 2022 o presidente da Câmara, Vitor Marques, reuniu com vários jovens, “que se identificaram como organizadores do CLN, e entre outros apoios foi solicitada a cedência do quiosque da Praça 5 de Outubro para dinamizar algumas atividades e guardar algum material de apoio ao evento”.

Em dezembro, devido ao evento “Caldas Rainha do Natal”, foi solicitado que fosse limpo o espaço e devolvida a chave atribuída. Segundo a Câmara, “desde o dia 6 de dezembro que não foi solicitada a chave do espaço por ninguém relacionado com o CLN”.

Salientando que a Câmara tem feito todos os esforços para apoiar o evento, “mantendo a sua independência e liberdade, que lhe conferem a autenticidade que todos reconhecem”, o comunicado lembra que este apoio nunca poderá ser de cariz financeiro porque não é organizado por nenhuma entidade associativa ou privada organizada. No entanto, sublinha a sua “relevância no panorama local e nacional, tornando-se num marco na vida das Caldas da Rainha”.

Recorde-se que desde o seu início, em 1997, o CLN tem sido organizado por grupos de alunos da ESAD.CR que se juntam voluntariamente todos os anos.

Perante este comunicado, os elementos da organização, que se tinham abstido de fazer qualquer comentário ao JORNAL DAS CALDAS, por estar prevista uma reunião com o presidente da Câmara, decidiram também pronunciarem-se por escrito.

“Após a demolição do espaço, a organização do CLN estabeleceu contacto com o Gabinete de Eventos da Câmara, o Gabinete da Juventude da Câmara e elementos do gabinete do presidente, sendo que todos expressaram que não tinham qualquer conhecimento da demolição do espaço”, afirma.

Aos estudantes terá sido afirmado que “a ausência de comunicação da Câmara à organização do CLN se tratou de grande e assumida falha” e não qualquer ato propositado de má-fé. Terá ainda sido dito que houve “uma grande ausência de comunicação interna entre o executivo e os respetivos órgãos”.

De acordo com os jovens, o próprio presidente da Câmara terá contatado a organização através do seu perfil pessoal no Facebook “no sentido de agilizar uma reunião de forma a clarificar a situação e preparar a próxima edição do evento”.

Apesar de terem sido contactados por alguns partidos políticos e jornalistas, quiseram manter o silêncio até à reunião com Vitor Marques, tendo comunicado essa intenção a elementos do gabinete do presidente.

O comunicado da autarquia foi, por isso, considerado descabido. “Esta abordagem representa a falta de consideração e compreensão para com a frustração de um movimento juvenil que contribui para o desenvolvimento da cidade há mais de 25 anos”. Na opinião dos jovens, o intuito da Câmara foi o de “encobrir a sua enorme falha de comunicação e desculpabilizar-se com uma suposta ausência de relevância do quiosque da Praça 5 de Outubro para o CLN”.

Confirmando que entregaram a chave do quiosque em dezembro, salientam que logo nessa altura comunicaram a elementos da Câmara que o espaço era de grande importância para o CLN e terão sido informados que este seria de novo cedido. Até porque na edição do ano passado o quiosque já aparecia nos mapas do evento como sede do CLN e foi realizado um mural no espaço, que acabou parcialmente destruído. “O mural em questão encontra-se de momento, como as paredes do edifício, no aterro da Câmara”, lamentam.

Para esta quarta-feira, dia 29, está marcada uma reunião entre a organização e o presidente da Câmara.

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