João Paulo Cotrim homenageado no lançamento de “Quase todo o Bordallo”

A obra “Quase Todo o Bordallo”, de Isabel Castanheira, foi lançado no dia 25 de junho, na sala multiusos do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha (CCC). Mais de 100 pessoas compareceram ao lançamento do livro de 368 páginas e 400 imagens de Rafael Bordalo Pinheiro, uma das obras mais conceituadas sobre o ilustre caricaturista do século XIX.

A obra “Quase Todo o Bordallo”, de Isabel Castanheira, foi lançado no dia 25 de junho, na sala multiusos do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha (CCC). Mais de 100 pessoas compareceram ao lançamento do livro de 368 páginas e 400 imagens de Rafael Bordalo Pinheiro, uma das obras mais conceituadas sobre o ilustre caricaturista do século XIX.

O Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro e a Câmara das Caldas aliaram-se ao financiamento do livro, que foi o último projeto de João Paulo Cotrim, da editora Abysmo, que publicou obras de vários autores das Caldas e que manteve intensa colaboração cultural com Caldas da Rainha.

A sessão ficou marcada pela homenagem que Carlos Querido fez ao editor, que faleceu a 26 dezembro de 2021. Com a projeção de imagens de João Paulo Cotrim e do cartoon que André Carrilho fez do homenageado, o juiz desembargador recordou que o editor “era um bordaliano e um apaixonado pela figura imensa de Rafael Bordalo Pinheiro” e foi ele “o mentor do livro e que deu o título à obra”.

“A última mensagem que recebi dele (estava no Hospital) reportava-se a este projeto. É de toda a justiça uma breve homenagem no lançamento desta obra”, salientou Carlos Querido, lembrando que o falecido editou e “apresentou cinco livros meus nesta casa, para além dos livros da Isabel, As Caldas de Bordalo e Una Piccola Storia D’Amore”. “Dizia às vezes: “cada vez mais me sinto caldense”; “qualquer dia tenho de mudar o escritório para cá”. Era um dos nossos”, adiantou Carlos Querido.

Referiu ainda que João Paulo Cotrim era “poeta, editor, um dos maiores especialistas portugueses em ilustração, uma ironia subtil, uma tremenda empatia, uma capacidade única de congregar, de arriscar, de inovar, de procurar novas linguagens”.

Deixou uma palavra final para Isabel Amaral, viúva do editor, revelando que “este projeto só seguiu em frente porque ela honra todos os dias a herança do João Paulo e assumiu este projeto (e outros) como forma de manter viva a sua memória”.

Quando à autora, Carlos Querido fez referência a uma citação inserida no início do Caldas de Bordalo, de Raquel Henriques da Silva – “se Rafael Bordalo Pinheiro reencarnasse no corpo de uma mulher seria, certamente, através da Isabel Castanheira”. 

No final, apelou a todos que comprem o livro. “Fruam-no, página a página, sintam-no, surpreendam-se…é uma obra notável – para guardar, para rever”, relatou.

“Um projeto sonhado há uns tantos anos atrás”

novo livro 2
Sessão de autógrafos com Isabel Castanheira

A autora partilhou com todos os presentes que nunca pensou que “este livro seria publicado”. “Era um projeto sonhado há uns tantos anos atrás, que sabia ser de difícil concretização”, manifestou.

Isabel Castanheira recordou que tudo começou com um “sonho imaginado quando folheava as centenas e centenas de páginas dos jornais de Rafael Bordalo Pinheiro e aí descobri que a par deste seu conhecido trabalho, ele ilustrou inúmeros livros dos mais diversos autores”.

Era para a livreira, que se apaixonou por Bordalo, um plano demasiado ambicioso: “Fazer o levantamento da obra gráfica publicada em livros, jornais, folhetos, cartazes, entre outros, fosse qual fosse o suporte em que com o seu lápis mágico tivesse publicado obra”.

Segundo a responsável pela antiga livraria 107, foi um trabalho “de sapa, desenvolvido no decorrer de mais de quatro anos”. No momento em que o projeto “estava delineado, eis a ocasião de o apresentar ao meu editor: João Paulo Cotrim. Editor audacioso e visionário, um admirador e autor da obra bordaliana, aceitou desenvolver este projeto arrojado”.

Revelou ainda que ficou “agradavelmente surpreendida” em “fazer parceria com Jorge Silva, um profissional respeitado e tido como um dos mais idóneos designers, autor de variados livros dedicados à história da ilustração, da BD e percurso artístico de artistas gráficos”. 

“Este é o resultado de um trabalho árduo e exigente em que tive a sorte de contar com o melhor parceiro que era possível. Como resultado temos um livro que considero de grande qualidade e de que de certeza João Paulo Cotrim se orgulharia”, contou a autora.

Muitos dos textos que acompanham as ilustrações são “citações, porque considerámos que ninguém está mais apto para falar de Bordalo Pinheiro do que os seus contemporâneos”.

O responsável pelo design, Jorge Silva, disse que o livro, apesar de ser grande, é “rico e luxuoso”. “É uma obra para ver bonecos, mas também para ler”, contou, acrescentando que “tem caraterísticas muito particulares que lhe dão carisma e identidade”.

“Tem uma organização cronológica onde começa em 1869, quando Bordalo começa a imprimir os seus primeiros trabalhos, até ao ano da morte, 1905”, descreveu, acrescentando que “dá uma visão factual da sua obra, é um objeto de estudo e demonstra a paixão que Isabel tem por Bordalo”. 

A vereadora responsável pelo pelouro da cultura, Conceição Henriques, destacou o facto da autarquia se ter associado ao livro, “uma marca poderosíssima para a nossa identidade coletiva”.

Já o presidente da Câmara, Vitor Marques, frisou a forma como Rafael Bordalo Pinheiro “nos uniu” e “elevou aquilo que temos de bom”. Elogiou o Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, que “deu o pontapé de saída para que esta obra fosse uma realidade”, referindo que a autarquia está aberta a novas ideias e desafios.   

Este livro compõe-se de duas partes distintas. Na primeira, organizada cronologicamente, são apresentadas ilustrações para os mais diversos suportes: jornais, anúncios, ementas, calendários, pautas musicais, entre outros. 

A segunda parte do livro é composta por uma seleção de notícias, tributos, memórias, ensaios, fotografias e desenhos dedicados a Bordalo, “uma fortuna crítica incomparável e rara no contexto português”.

A Biblioteca Nacional, a Hemeroteca Nacional, o Museu Rafael Bordalo Pinheiro e a Biblioteca da Câmara Municipal das Caldas da Rainha disponibilizaram informação e peças inéditas, assim como vários colecionadores particulares.        

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