Polícia Judiciária investiga incêndio no antigo Hotel Parque em São Martinho do Porto

A Polícia Judiciária está a investigar o que está na base do incêndio ocorrido na tarde de domingo no antigo Hotel Parque, em São Martinho do Porto, tendo recolhidos indícios para a averiguação do que se passou no imóvel centenário e emblemático desta localidade turística.

A Polícia Judiciária está a investigar o que está na base do incêndio ocorrido na tarde de domingo no antigo Hotel Parque, em São Martinho do Porto, tendo recolhidos indícios para a averiguação do que se passou no imóvel centenário e emblemático desta localidade turística.

O fogo terá começado na parte superior, nas traseiras do edifício. Alguns minutos após o alerta, pelas 16h35, chegavam os primeiros meios de combate às chamas, ora não se localizasse o quartel dos bombeiros nas imediações.

“Tinha no interior muito lixo, muita alcatifa e material combustível e não pudemos progredir dentro do edifício. Até as viaturas tiveram dificuldade e as duas auto-escadas estiveram afastadas mas foi o melhor que pudemos fazer para debelar as chamas”, relatou o comandante dos bombeiros de São Martinho do Porto, João Bonifácio.

Depois de várias horas a lavrar, as chamas acabaram por ser apagadas com o envolvimento dos mais de trinta operacionais e de dez viaturas, de quatro corporações de bombeiros (São Martinho do Porto, Alcobaça, Nazaré e Caldas da Rainha). A destruição foi muita, mas ninguém ficou ferido.

Os soldados da paz mantiveram-se no local até às quatro da manhã de segunda-feira, regressando às sete e meia para a consolidação do rescaldo e ao longo do dia ainda tiveram de fazer algumas descargas de água, para prevenir reacendimentos.

À luz do dia do dia o que se visualizava era “a destruição, com o piso superior abatido, até ao rés-do-chão, continuando uma combustão lenta de colchões e alcatifas”, indicava João Bonifácio.

Especiais cuidados tinham os bombeiros na entrada no edifício, pois “está tudo danificado e podem cair algumas traves”, referiu.

No local estiveram inspetores da Polícia Judiciária, que fizeram uma observação dos estragos, recolheram indícios, tiraram fotografias e registaram alguns depoimentos.

Apesar de existir um muro e as portas e janelas estarem fechadas, não seria difícil penetrar no interior e há relatos de em várias ocasiões ali terem entrado sem-abrigo, curiosos e outros desconhecidos. “Há sempre forma de entrar e realmente era comum a presença de pessoas dentro do edifício”, sublinhou o comandante dos bombeiros.

Paulo Mateus, vereador da proteção civil da Câmara Municipal de Alcobaça, destacou o trabalho dos bombeiros por terem “conseguido confinar o incêndio ao edifício, evitando a propagação das chamas para outras casas à volta”.

Este foi o quarto incêndio registado pelos bombeiros no hotel desde que está desativado, em finais dos anos 80 do século passado, sendo este o mais devastador de todos

Construído em 1910 para habitação, foi depois transformado em pensão e, mais tarde, em hotel. Depois de ter tido momentos áureos fechou portas na segunda metade do século.

A população não cala a sua revolta pela destruição causada pelas chamas. “É uma pena, porque é uma relíquia de São Martinho do Porto que todos nós adoramos”, manifestou José Caçoila, um dos habitantes da vila.

O presidente da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, revelou que um promotor privado tinha apresentado “um projeto de recuperação” para transformação do antigo hotel “num conjunto de apartamentos”, mantendo a fachada, como é exigido pela classificação de interesse municipal.

O proprietário, José Coutinho, não quis prestar declarações.

População exige reconstrução

Um grupo de “residentes e amantes” de São Martinho do Porto colocou a circular na internet uma petição pública onde exige “uma rápida mobilização de recursos e esforços para a reconstrução integral deste património cultural, preservando a sua arquitetura única e relevância histórica”.

“A restauração não apenas honrará todo o nosso passado, como também proporcionará um legado valioso para as gerações futuras”, lê-se na petição.

O documento regista mais de mil signatários, que expressam a sua “profunda tristeza, preocupação e revolta com a recente destruição causada pelo incêndio no Hotel Parque que, ao longo dos anos, desempenhou um papel significativo na nossa comunidade”.

Os signatários instam as autoridades locais, regionais e nacionais a “alocarem os fundos necessários e colaborarem com especialistas em conservação para garantir que o Hotel Parque seja devolvido à sua glória original”.

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